A prisão de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, líder da maior milícia do Rio de Janeiro e tido como o “inimigo número um do estado”, é considerada um avanço significativo, mas o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, vê que não é o suficiente para resolver os problemas da segurança pública no estado. A prisão ocorreu no domingo (24), véspera de Natal, após negociações entre a defesa do miliciano e as autoridades.
Cappelli afirmou que a segurança pública requer abordagens estruturais e conjuntas entre os governos federal e estadual. Ele destacou a importância das ações conjuntas que envolvem as Forças Nacionais, enviadas ao Rio em outubro deste ano, como parte de uma operação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) específica nas jurisdições federais para asfixiar as organizações criminosas.
Ricardo Cappelli é cotado para assumir o Ministério da Justiça após a saída do atual ministro Flávio Dino, que deixa a pasta no dia 8 de janeiro para tomar posse do cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em 22 de fevereiro.
“A asfixia continua, porque não é aceitável você ter organizações criminosas dominando territórios. Então, a prisão do Zinho não arrefece, pelo contrário, ela só demonstra que estamos no caminho certo”, disse Cappelli em entrevista ao jornal O Globo ressaltando a atuação conjunta nas fronteiras, nos portos e nos aeroportos, além do reforço da capacidade investigativa da Polícia Federal.
A prisão de Zinho sucede uma operação que teve como alvo a deputada estadual Lucinha Barros (PSD-RJ), após investigações apontarem conexões entre ela e o miliciano. A defesa de Zinho iniciou tratativas para sua entrega às autoridades após a operação da Polícia Federal, que resultou na apreensão de documentos e telefones durante mandados de busca e apreensão ligados à parlamentar.
Para Cappelli, os eventos recentes revelam “conexões evidentes” e “aproximações sucessivas” no mundo criminoso. Ele destacou a complexidade da milícia, que domina grande parte do território da cidade, enfatizando a importância de obter informações de Zinho.
“A Polícia Federal foi se aproximando, se aproximando, e fica claro que Zinho optou por não correr o risco de ter o mesmo destino de seu sobrinho e também de seu próprio irmão, o Ecko”, afirmou.
Ainda segundo o secretário, milicianos estão receosos e percebendo que suas vidas podem estar em perigo, tanto pela exposição de informações quanto pelo temor de represálias internas.
Na última semana, o ministro Flávio Dino apresentou um balanço das ações de segurança pública que já promoveram uma descapitalização de R$ 6 bilhões em bens das organizações criminosas. A aproximação das investigações teria levado Zinho a negociar a rendição com a PF em troca de uma delação premiada.
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