Reportagem publicada nesta sexta-feira (26) pelo jornal Folha de S.Paulo afirma que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), empregou uma funcionária fantasma em seu gabinete da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, Jorge Luiz Fernandes, nega a acusação.
Segundo o jornal, Nadir Barbosa Goes, de 70 anos, constava da lista de assessores de Carlos até janeiro, quando foi exonerada. Mas, em entrevista à Folha, ela disse nunca ter trabalhado para o vereador. Nadir mora em Magé, município a 50 km do Rio, e ganhava R$ 4.271 mensais na Câmara.
A reportagem do jornal procurou a ex-funcionária, que pouco falou sobre o cargo que ganhou na Câmara. Ela apenas afirmou que nunca trabalhou para o filho do presidente. E sugeriu: "Fala com o vereador que eu não sei de nada".
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A Folha de S.Paulo levantou contas de luz de Nadir, que mostram que manteve residência em Magé durante o período em que foi funcionária do gabinete de Carlos Bolsonaro. O jornal também relatou ter entrevistado uma sobrinha de Nadir, que disse que tia mora há cerca de dez anos em Magé e que vai ao Rio com frequência.
Chefe de gabinete diz que ela entregava correspondências
O chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, Jorge Luiz Fernandes, afirmou ao jornal que Nadir trabalhava para o gabinete. Segundo ele, a assessora exercia função em um núcleo chefiado por Edir Barbosa Goes, de 71 anos, irmão de Nadir.
Fernandes contou que o trabalho deles era entregar correspondências na região de Campo Grande, zona oeste do Rio, e anotar pedidos de eleitores. Campo Grande fica ainda um pouco mais distante de Magé do que o centro do Rio: cerca de 65 km.
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A Folha de S.Paulo também procurou Edir em sua residência, que fica no Rio, às 13 horas de uma segunda-feira. Ele não quis falar com o jornal e disse apenas que respostas oficiais tinha de ser dadas pelo gabinete. Também acusou a Folha de querer criar um caso parecido com o Walderice Conceição, conhecida como Wal do Açaí, acusada de ter sido assessora fantasma do então deputado federal Jair Bolsonaro.
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O chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, Jorge Luiz Fernandes, disse que Edir é um militar da reserva e tem acesso fácil às bases do Exército em Campo Grande, base eleitoral do vereador. "Se chegar nos quartéis, todo mundo conhece", disse.
Ele afirmou ainda que os comissionados não são obrigados a trabalhar no espaço físico da Câmara e que podem prestar serviços externos. Segundo ele, no gabinete de Carlos há um funcionário que mora em Petrópolis, a cerca de 70 km do Rio, e que viaja todos os dias para trabalhar na Câmara do Rio.
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