Líder da oposição na Câmara dos Deputados na legislatura eleita em 2022, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) foi o principal alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, desencadeada pela Polícia Federal na manhã desta quinta (18). O parlamentar é suspeito de ter orientado manifestantes que bloquearam rodovias brasileiras após o segundo turno da última eleição presidencial vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Jordy é apontado pelo subprocurador Carlos Frederico Santos, da Procuradoria-Geral da República (PGR), como integrante do “núcleo de financiadores e instigadores” dos atos de 8 de janeiro de 2023 que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Ele nega qualquer relação com a manifestação que terminou em vandalismo.
Carlos Jordy, ou Carlos Roberto Coelho de Mattos Júnior – seu nome original –, tem 41 anos e foi reeleito ao cargo de deputado federal em 2022 com 114,5 mil votos dos eleitores do Rio de Janeiro. Foi pouco mais da metade dos 204 mil conquistados em 2018, quando chegou ao Congresso após passagem pela Câmara de Vereadores de Niterói (RJ) entre 2017 e 2019.
Niterói, inclusive, é sua base eleitoral e onde pretende concorrer à prefeitura nas eleições municipais deste ano. A passagem dele pelo setor público ainda soma um cargo de analista de planejamento e orçamento em São Gonçalo (RJ), entre 2011 e 2015, e de analista administrativo na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) entre 2015 e 2017.
No entanto, é na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na oposição a Lula e nas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) que Jordy mais se destacou na política ao longo dos últimos anos.
Ainda durante a gestão do “capitão”, ele chamou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de “vagabundo” pela prisão do antigo aliado Daniel Silveira por críticas aos magistrados da Corte em 2021. No ano seguinte, se envolveu em uma crise com o influenciador digital Felipe Neto, apoiador de Lula, por associá-lo ao massacre em uma escola de Suzano (SP) em 2019.
Carlos Jordy foi um dos mais combativos deputados durante a CPMI do 8 de janeiro e chegou a protocolar um pedido de impeachment de Lula por crime de responsabilidade. Ele questionou a capacidade do presidente em proteger o país sendo que não conseguiu sequer evitar os ataques aos prédios públicos de Brasília.
Já ao final da CPMI, em outubro, um assessor do deputado se envolveu em uma confusão com parlamentares. Rodrigo Duarte Bastos fazia uma gravação com um telefone celular durante um ato no Congresso quando levou um tapa na mão por Rogério Correia (PT-MG), fazendo o aparelho cair na cabeça da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS).
Ele foi acusado de agressão por outros deputados e ameaçado de exoneração pelo chefe. Jordy, no entanto, voltou atrás dias depois e concluiu que não houve qualquer agressão.
Jordy também chegou a ter uma crise com um dos filhos do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), em que cobrou mais empenho dele nas eleições de deputados e senadores. “Desde 2016 ao lado do seu pai, sou traidor? Era só o que me faltava, xará”, disse na época.
Apesar da crítica, a relação de Jordy com a família Bolsonaro e a então base governista não foi afetada.
Além de ocupar cargos do serviço público e eletivos, Jordy também trabalhou como garçom e atendente em bares e restaurantes de Balneário Camboriú (SC) entre os anos de 2007 e 2009.
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