A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, criticou nesta terça-feira (24) a escalada de atos e violência durante a campanha eleitoral deste ano. Ela criticou “cenas abjetas e criminosas, que rebaixam a política a cenas de pugilato”. A ministra pediu a candidatos e partidos que “tomem tenência” e “respeitem a cidadania brasileira”.
Apesar de não citar casos específicos, a manifestação de Cármen Lúcia ocorre após um assessor de Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo, dar um soco em Duda Lima, marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB), durante uma debate.
No último dia 15, outro episódio de violência marcou a eleição da capital paulista, quando o candidato José Luiz Datena (PSDB) jogou uma cadeira em Marçal também durante um debate.
“Política não é violência, é a superação da violência. Violência praticada no ambiente da política desrespeita não apenas o agredido, mas ofende toda a sociedade e a democracia”, disse Cármen Lúcia. A presidente do TSE citou que campanhas usam “tática ilegítima e desqualificada” para atacar a sociedade e as instituições.
“Por despreparo, descaso, ou tática ilegítima e desqualificada de campanhas, atenta-se contra cidadãs e cidadãos, atacam-se pessoas e instituições, e na mais subalterna e incivil descompostura, impõe-se às pessoas honradas do país, que querem apenas entender as propostas que os candidatos oferecem para a sua cidade, sejam elas obrigadas a assistir cenas abjetas e criminosas, que rebaixam a política a cenas de pugilato, desrazão e notícias de crimes”, enfatizou.
A ministra informou ainda que notificou a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) e os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais para que investiguem crimes eleitorais com celeridade e rigor. "Todas as agressões praticadas no processo eleitoral, que vem aumentando em demonstração de ensurdecedor retrocesso civilizatório, não serão aceitos pela Justiça Eleitoral", enfatizou.
Presidente do TSE ressaltou que campanhas são custeadas com dinheiro público
Durante o discurso, Cármen Lúcia afirmou que os candidatos e seus auxiliares devem dar-se ao respeito e pediu aos partidos políticos que “tomem tenência”. A ministra destacou que, por serem financiadas com dinheiro público, as siglas não podem pactuar com “desatinos e cóleras expostas em cenas de vilania”.
“Há que se exigir, em nome do eleitorado brasileiro, que candidatos e seus auxiliares de campanha deem-se ao respeito. E, se não se respeitam, respeitem a cidadania brasileira, que ela não está à mercê de cenas e práticas que envergonham e ofendem a civilidade democrática. Há que conclamar também os partidos políticos a que tomem tenência”, disse a ministra.
Ela reforçou que a “democracia exige respeito e humanidade impõe confiança, não se confia em quem não tem compostura e modos para conviver”. A ministra disse ainda que a eleição é um processo de multiplicação de propostas, não de “divisão e de raivas mal resolvidas”.
Cármen Lúcia concluiu o discurso alertando que a Justiça Eleitoral “espera que os próximos sejam dias de revisão de condutas dos que agridem a democracia brasileira e arranham a face cívica das pessoas de bem do país”.
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