Parentes da vereadora afirmavam que federalização poderia atrasar investigação, que acreditavam estar caminhando no Rio.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ouça este conteúdo

Embora tenha celebrado o avanço das investigações com a prisão de três suspeitos de serem os mandantes das mortes, no último domingo (24), a família da ex-vereadora Marielle Franco já foi contra a federalização do caso.

CARREGANDO :)

Os suspeitos de serem mandantes do assassinato foram presos após uma investigação conduzida pela Polícia Federal, que teve início no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sob a gestão do então ministro da Justiça, Flávio Dino, que prometeu celeridade na apuração. Entre os detidos está Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do Rio à época do crime.

Em 2019, quando o senador Sergio Moro (União-PR) ocupava o cargo de ministro da Justiça, ele sugeriu levar as investigações para a alçada federal. A família de Marielle, no entanto, defendeu que a apuração continuasse com as autoridades do Rio de Janeiro.

Publicidade

“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro obteve avanços importantes e, por isso, somos favoráveis a que a instituição permaneça responsável pela elucidação do caso”, afirmou a família em nota assinada por parentes e pelo então deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que hoje ocupa a presidência da Embratur.

A família argumentava, na época, que Moro não demonstrava interesse no caso até que o nome de Bolsonaro surgisse nas investigações. A viúva de Marielle, Mônica Benício, expressou preocupação com possíveis atrasos nas investigações decorrentes da federalização.

“Somente após a menção ao presidente da República, Jair Bolsonaro, no inquérito, o ministro começou a se declarar publicamente a favor da federalização. Acreditamos que Sergio Moro contribuirá muito mais se ele permanecer afastado das apurações”, disse na ocasião.

Também à época, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para federalizar o caso em 2020, alegando que as autoridades estaduais não demonstraram desinteresse na resolução do crime. A mãe de Marielle, Marinete da Silva, permaneceu contra a federalização mesmo após o início do governo Lula.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
Publicidade

A Polícia Federal iniciou oficialmente a investigação em fevereiro de 2023, quase cinco anos após o assassinato, por ordem de Flávio Dino. A apuração focou em identificar os mandantes do crime, levando à prisão de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, o irmão Chiquinho Brazão, deputado estadual, e Rivaldo Barbosa, suspeito de obstruir as investigações.

Marinete da Silva revelou que Rivaldo Barbosa prometera esclarecer o crime, afirmando que era uma questão de honra para ele. Essa declaração evidencia a confiança que a família de Marielle tinha no delegado à época – e se mostrou frustrada após a descoberta de que ele estaria supostamente obstruindo as investigações.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]