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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta segunda-feira (27) o depoimento do ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Preso desde 24 de março, ele é suspeito de ter planejado o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol). A parlamentar e o motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros em 2018.
Na semana passada, Barbosa fez um pedido escrito à mão para ser ouvido pela Polícia Federal. "Ao Exmo. Ministro, por misericórdia, solicito que V.Exa. faça os investigadores me ouvirem, pelo amor de Deus", dizia o bilhete datado do último dia 20. Ele está preso na Penitenciária Federal de Brasília.
Moraes deu prazo de cinco dias para a PF realizar o interrogatório. No despacho, o ministro destacou que durante a oitiva será "assegurado o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder a perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo".
Além de Rivaldo Barbosa, a Polícia Federal prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), e o irmão dele, Domingos Brazão, que atuava com conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. A operação foi realizada com base na delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, preso desde 2019 e acusado de ser um dos executores do crime.
Os três foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por homicídio e organização criminosa. Segundo as investigações, o ex-chefe da Policia Civil deu orientações, a mando dos irmãos Brazão, para a execução da vereadora. O delegado teria exigido que o crime não ocorresse na Câmara Municipal do Rio, para que a investigação não ficasse sob responsabilidade da Polícia Federal.
No mês passado, a defesa de Barbosa já havia solicitado que ele fosse ouvido pela PF. Na ocasião, os advogados também pediram Moraes que a esposa do delegado, a advogada Erika Araújo, seja ouvida no processo. Ela é alvo de medidas cautelares e é apontada como responsável pela utilização de empresas para lavar o dinheiro de supostas propinas recebidas por Barbosa.