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Pernambuco

Mãe de menino que caiu de prédio trabalhava para prefeito e era paga pelo município

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Miguel Otávio caiu de prédio na região metropolitana de Recife (Foto: Reprodução/Facebook)

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O prefeito de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco, Sérgio Hacker (PSB), pode responder por crime de responsabilidade no caso da morte de Miguel Otávio da Silva, de 5 anos, que caiu do 9º andar de um prédio no Recife na terça-feira (2).

A empregada doméstica Mirtes Renata de Souza, mãe do garoto que trabalhava para Sari Corte Real, mulher do prefeito, está cadastrada no Portal de Transparência de Tamandaré, desde 1º de fevereiro de 2017, como servidora pública da prefeitura.

Consta que a funcionária exercia cargo comissionado (sem carga horária específica) de gerente de divisão, locada na Manutenção das Atividades de Administração da cidade. O pagamento seria equivalente a um salário mínimo. Mirtes disse que não sabia do cargo e trabalhava apenas na casa dos patrões, segundo o Portal UOL.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) informou na sexta (5) que vai instaurar auditoria especial. "Após a fiscalização, constatada a veracidade dos fatos, o gestor poderá ser implicado em crime de responsabilidade e infração político-administrativa", afirma em nota. O TCE explicou que o prefeito e possíveis pessoas implicadas devem ressarcir os cofres públicos, caso se confirme a ilegalidade no pagamento.

Morte de Miguel

Segundo a Polícia Civil, Miguel caiu do prédio onde moram Sari e Hacker depois de Sari apertar um botão e deixar a criança sozinha no elevador. Ao desembarcar no 9º andar, o menino despencou de área sem tela de proteção. No momento, Mirtes passeava com o cachorro da patroa. Sari chegou a ser autuada por homicídio culposo, mas pagou fiança.

Primeira-dama perde "perdão"

A primeira-dama do município de Tamandaré (PE), Sarí Corte Real, divulgou uma carta na sexta-feira (5) em que pede desculpas à mãe de Miguel Otávio Santana. "Sou absolutamente solidária ao seu sofrimento", escreveu.

Em outro trecho, a primeira-dama diz: “Te peço perdão. Não tenho o direito de falar em dor, mas esse pesar ainda que de forma incomparável, me acompanhará também pelo resto da vida. Estou sendo condenada pela opinião pública como historicamente outros foram”.  No fim da carta, ela ainda afirma ter “certeza que a Justiça esclarecerá a verdade”.

Hacker e Mirtes não se pronunciaram sobre o assunto após serem procurados pela reportagem. Em nota, o prefeito disse estar "profundamente abalado" e deve prestar contas aos órgãos competentes.

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