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A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, afirmou que o autor as explosões que ocorreram em Brasília também “falava que queria matar o ex-presidente [Jair] Bolsonaro". Para ela, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, o homem que morreu em uma explosão na frente do Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrava desequilíbrio emocional e psicológico.
"Ele [Francisco] foi filiado ao PL em 2020, antes do Bolsonaro se filiar. E outra informação importante é que no WhatsApp dele, mostrando até o desequilíbrio dele, ele fala que queria matar o Bolsonaro também. Ele fala o nome dos ministros e fala que ele queria matar o Bolsonaro”, disse a governadora em exercício durante entrevista ao Correio Braziliense.
Celina também sugeriu que as investigações devem abranger todos os mencionados pelo autor das explosões. “Você não pode pegar uma investigação e falar 'não, esses aqui que ele falou é que valem e isso aqui não vale'. Então há um desequilíbrio emocional e psicológico que é perceptível nas ações e que levam ao extremo. O extremo nunca vai ter bom senso, nunca vai tomar uma decisão republicana, nunca vai ser capaz de dialogar e é isso que nós temos que combater", afirmou.
Em razão das publicações feitas por Luiz, a regulação das redes sociais também sido debatida. O ministro do STF Flávio Dino, por exemplo, disse nesta quinta-feira, que quer “ação preventiva” em redes sociais contra atos “desatinados e criminosos”.
Para Celina Leão, a classe política é a mais atingida pelos crimes de ódio nas redes sociais. Ela também disse que é preciso equilibrar liberdade e respeito. “As pessoas às vezes simplesmente falam o que querem. Eu acho que nós vivemos em uma democracia e a gente precisa entender o que é democrático, que é você não gostar ou não falar [com determinada pessoa], e outro tipo é de ameaça. Isso precisa ser estruturado e bem definido para que a gente tenha uma democracia onde você possa falar o que você pensa sem tolher a liberdade, mas também com respeito às instituições”, disse a governadora em exercício.
Governo do DF foi contrário à retirada de grades nos prédios dos Três Poderes
Após as explosões e a morte ocorrida na noite da quarta-feira, a governadora em exercício, Celina Leão determinou que as cercas que ficavam em torno das sedes dos Três Poderes em Brasília sejam recolocadas.
“Quando nós tivemos aquele momento em que os poderes retiraram as grades, foi um momento simbólico. Foi um momento em que o Brasil queria transmitir uma paz. A Secretaria de Segurança foi contrária à época. A grade não impede, mas ela cria uma barreira a mais. São segundos ou minutos a mais para que os homens [das forças de segurança] que estão ali naqueles locais possam tomar algumas providências”, afirmou Celina Leão durante a entrevista ao Correio Braziliense.
O Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso decidiram colocar grades de proteção ao redor dos edifícios, em 2023, depois dos atentados de 8 de janeiro. Em fevereiro de 2024, no entanto, as grades foram retiradas em evento simbólico com a presença de autoridades.