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Silêncio

O que caciques do Centrão pensam sobre a participação de Bolsonaro em atos contra o Congresso

Bolsonaro participa de ato no último domingo (17), em Brasília: líderes do Centrão, em geral, evitam se pronunciar sobre participação do presidente em manifestações contra o Congresso.
Bolsonaro participa de ato no último domingo (17), em Brasília: líderes do Centrão, em geral, evitam se pronunciar sobre participação do presidente em manifestações contra o Congresso. (Foto: Sérgio Lima/AFP)

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Os principais líderes do Centrão têm mantido silêncio sobre a presença do presidente Jair Bolsonaro em atos públicos contra o Congresso. Embora faça parte do Legislativo, há uma explicação clara: parte do bloco partidário está em meio a negociações políticas para ingressar na base governista e ganhar cargos no governo.

A maioria dos caciques dos partidos que formam o bloco exerce mandato na Câmara dos Deputados. Seriam, portanto, afetados por manifestações em que uma das pautas é a defesa do fechamento do Congresso, bem como do Supremo Tribunal Federal (STF).

Como foram as manifestações dos líderes do Centrão

A Gazeta do Povo conferiu a reação de caciques e líderes do Centrão na Câmara dos Deputados nas redes sociais sobre a presença de Bolsonaro nos atos. Confira como eles se posicionaram.

No Twitter e no Facebook, redes sociais populares entre os políticos brasileiros, o líder do Centrão na Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), líder do partido no Senado não se manifestaram sobre a participação de Bolsonaro nas manifestações que ocorreram no dia 19 de abril e no dia 3 de maio.

Lira, líder do bloco na Câmara, foi recebido no Palácio do Planalto no dia 20 de março. Um vídeo do encontro foi publicado depois da reunião e mostrava o dois em clima amistoso. Após as reuniões, não demorou muito para o governo nomear indicados pelos novos aliados para cargos de segundo e terceiro escalão.

O ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab presidente do PSD que também vem negociando para ser parte da base do governo, também não comentou as ações do presidente nas redes sociais.

A mesma atitude de Diego Andrade (PSD-MG), líder do partido na Câmara. Andrade não fez nenhuma crítica ao presidente em sua conta oficial no Facebook. Pelo contrário, posta vídeos com o Bolsonaro e se mostra alinhado ao  defender a retomada do comércio de forma “segura” em meio à pandemia do novo coronavírus.

Jhonatan de Jesus (Republicanos) e Wellington Roberto (PL), líderes de seus partidos na Câmara e que já participaram de reuniões com Bolsonaro, preferiram o silêncio digital sobre a presença do novo aliado em atos que pedem o fechamento das Casas que representam.

O cacique do PTB, Roberto Jefferson (PTB), vem defendendo o presidente nas redes sociais. Chegou a tuitar que Bolsonaro deveria “demitir e substituir os 11 ministros do STF, herança maldita”.

Já Pedro Lucas Fernandes, líder do PTB na Câmara, não comentou as ações presidenciais.

A outra ponta do Centrão 

Alguns partidos do Centrão estão divididos com relação a entrada no barco bolsonarista. O deputado Ricardo Barros (PP-PR) acredita que o racha no bloco será inevitável, principalmente quando as eleições presidenciais de 2022 se aproximarem. Para ele uma parte do Centrão irá apoiar João Doria, governador de São Paulo.

O DEM, partido que tem deputados que integram o Centrão, é uma sigla com sinais de divisão interna. O partido já foi contemplado, nas recentes negociações com Bolsonaro, com cargos. O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), por exemplo, ganhou um cargo no conselho da Hidrelétrica de Itaipu.

Mas os constantes desacordos entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Bolsonaro mostram que o partido não aderiu em peso ao governo.

ACM Neto, prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, se reuniu com Bolsonaro no dia 23 de março. Nenhum dos dois quis fazer declarações públicas sobre o encontro. Apesar de não ter feito nenhuma crítica aberta ao presidente, ACM Neto tuitou no dia da segunda manifestação contra o Congresso que “a democracia é inegociável”.

Um dos caciques do MDB, Romero Jucá, um dia depois da manifestação de 3 maio falou sobre a importância do isolamento social no Twitter. Já no dia 19 de abril, Jucá postou pela manhã no Facebook um texto comemorando o dia da liberdade de imprensa. Sem nenhuma crítica direta a presença nos atos de Bolsonaro, que costuma pedir o fim do isolamento social e costuma atacar a imprensa.

Apesar disso, o MDB também foi contemplado recentemente com cargos no governo. Ex-deputado e ex-ministro do governo Temer, Carlos Marun (MDB-MS) ganhou um cargo no conselho de Itaipu.

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