O governo não conseguiu barrar o movimento de líderes do centrão na Câmara que querem atrapalhar a votação da reforma da Previdência, prevista para terça-feira (16) ou quarta-feira (17).
O Planalto quer que a análise da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), primeira etapa do texto na Casa, seja concluída antes da Páscoa, e fez ofensiva para tentar demover parlamentares de atrasar os prazos.
O centrão reúne partidos independentes ao governo do presidente Jair Bolsonaro, como PP, PR, DEM, PRB, Solidariedade e Podemos. Líderes desse grupo querem que a CCJ vote a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento impositivo antes da reforma da Previdência.
Integrantes desses partidos foram procurados pelo líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). O interlocutor do presidente, no entanto, não obteve sucesso. "A PEC do Orçamento impositivo é prioridade", disse, nesta quinta-feira (11), o líder do PR, Wellington Roberto (PB).
"O Podemos quer garantir a aprovação da PEC do Orçamento impositivo, que é a proposta consensual", afirmou o líder da sigla, José Nelto (GO).
O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), admitiu a possibilidade de pautar a PEC do Orçamento impositivo antes de dar continuidade ao debate da reforma da Previdência no colegiado.
"Minha posição é de que a prioridade é a Previdência. Como todos os líderes estão pedindo para pautar rapidamente a impositiva, sem prejudicar a Previdência, vou avaliar até amanhã (sexta) esta inclusão na pauta", disse.