A Controladoria-Geral da União (CGU) aplicou multa e declarou inidônea a empresa Davati Medical Supply LLC devido a propostas fraudulentas apresentadas ao Ministério da Saúde durante as negociações para a compra de vacinas contra a Covid-19. A decisão divulgada na segunda (18) surgiu após a apuração de um suposto pedido de propina por parte do ex-diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias, à representante da Davati.
A CGU identificou que as propostas envolviam a venda de até 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, com a cobrança de US$ 1 por vacina como propina em parte do pedido. A proposta inicial era de que cada dose custaria US$ 3,50, segundo apurou a comissão em 2021.
As investigações revelaram que as negociações entre a Davati e o Ministério da Saúde incluíram reuniões e trocas de mensagens com agentes públicos, conduzidas não apenas pelos representantes diretos da empresa, mas também por meio de outras entidades, como a Secretaria de Assuntos Humanitários (Senah), o Instituto Força Brasil (IFB) e o Escritório Júlio Caron Advogados.
Após a conclusão do processo, a CGU determinou que as propostas eram fraudulentas, uma vez que a AstraZeneca negou ter representantes autorizados para negociar vacinas no mercado brasileiro. Diante disso, a Davati foi multada em R$ 80,9 mil e declarada inidônea para contratar com a Administração Pública.
A Senah, IFB e o escritório Júlio Caron Advogados também foram sancionados pela CGU devido ao envolvimento na facilitação das negociações fraudulentas. Cada uma dessas entidades recebeu multa no valor de R$ 6 mil e teve sua inidoneidade declarada.
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