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Transição ecológica

Chefes de estado pretendem levantar US$ 100 bilhões em reunião em Paris nesta quinta e sexta

Lula
Lula e mais 12 líderes mundiais afirmam que países emergentes e em desenvolvimento precisam de dinheiro para a transição ecológica. (Foto: Ricardo Stuckert/Secom)

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Treze líderes de países e de blocos comerciais afirmaram nesta quarta (21), em um artigo, que pretendem levantar US$ 100 bilhões (R$ 479 bilhões) em recursos de financiamento climático ainda neste ano para ajudar os países mais necessitados a realizarem uma transição ecológica sem afetar as suas economias.

O manifesto faz parte das discussões que serão realizadas durante a cúpula Novo Pacto Global de Financiamento, que será realizada em Paris nesta quinta (22) e sexta (23) com a presença de chefes de Estado de diversas nações, entre elas o Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, vão participar do encontro que é promovido pelo mandatário francês Emmanuel Macron.

O artigo, publicado no jornal Folha de São Paulo, retrata que os líderes signatários do manifesto estão “unidos na determinação de estabelecer um novo consenso global” para “recuperar os ganhos de desenvolvimento perdidos nos últimos anos e para acelerar o progresso em direção aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), incluindo transições justas”, em relação às metas estabelecidas com a Organização das Nações Unidas até 2030.

No entanto, os líderes afirmam que as metas pouco tem avançado e que se estima que 120 milhões de pessoas tenham sido empurradas para a pobreza extrema nos últimos três anos.

“Queremos um sistema que responda melhor às necessidades de desenvolvimento e às vulnerabilidades, agora agravadas pelos riscos climáticos, que podem enfraquecer ainda mais a capacidade dos países para eliminar a pobreza e alcançar um crescimento econômico inclusivo”, afirmam no artigo ressaltando as sucessivas catástrofes climáticas que vêm ocorrendo no mundo.

Segundo os líderes, a transição para um mundo “zero emissões líquidas” e os objetivos do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas representam “uma oportunidade para esta geração desvendar uma nova era de crescimento econômico global sustentável”. “Acreditamos que as transições ecológicas justas que não deixam ninguém para trás podem ser uma força poderosa para aliviar a pobreza e apoiar o desenvolvimento inclusivo e sustentável”, dizem.

“A nossa estratégia é clara: os compromissos em matéria de desenvolvimento e de clima devem ser cumpridos. As subvenções e os empréstimos a taxas preferenciais (frequentemente designados por “dinheiro em condições favoráveis”) devem ser prioritários na luta contra a pobreza; e para reforçar a saúde, a educação e a segurança alimentar; e para fazer face às alterações climáticas e à perda de biodiversidade”, escrevem.

Dinheiro para países em desenvolvimento

Os líderes afirmam, ainda, que os países de rendimento médio precisam ter acesso a empréstimos de longo prazo para promover o investimento sustentável na resiliência econômica, social e física, com a necessidade de “impulsionar todas as fontes de financiamento, incluindo a ajuda pública ao desenvolvimento, os recursos nacionais e o investimento privado”.

Isso deve ocorrer, segundo os líderes, através do fortalecimento de bancos multilaterais de desenvolvimento, com o aumento da capacidade de financiamento e a mobilização de capital privado. E também com uma ampliação da agenda de investimentos sustentáveis e inclusivos em economias emergentes e em desenvolvimento.

“De um modo geral, o nosso sistema tem de reduzir o custo do capital para o desenvolvimento sustentável, inclusive por meio da transição ecológica nas economias emergentes e em desenvolvimento”, afirmam no documento.

Por fim, os líderes afirmam que vão continuar insistindo nestas metas nas próximas reuniões do G20 na Índia e no Brasil e na COP28 nos Emirados Árabes Unidos.

O artigo é assinado, entre outros líderes, pelo presidente Lula; pelos primeiros-ministros alemão, Olaf Scholz; japonês, Fumio Kishida; britânico, Rishi Sunak; pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden; e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

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