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Integrantes das executivas nacional e do Distrito Federal do Cidadania apresentaram uma carta pedindo a expulsão da deputada distrital Paula Belmonte do partido, por ela ter participado do ato contra a indicação do ministro Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF), no último domingo (10), em Brasília.
A carta assinada pelo ex-senador e ex-ministro de Lula Cristovam Buarque, vice-presidente nacional do Cidadania, e outros oito integrantes do partido, cita críticas a postura da deputada associando-a com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Em que pese o posicionamento da direção nacional, a Sra. Paula Belmonte atua em linha diametralmente oposta, agravado pelo fato de ser a presidente regional do partido. Defende os golpistas de 8 de janeiro, presos na Penitenciária da Papuda e que estão sendo julgados e condenados; criticou publicamente o relatório da CPMI do Congresso Nacional e a relatora, senadora Eliziane Gama; como membro da CPI distrital, tentou de todas as maneiras atribuir a tentativa de golpe de estado ao governo eleito”, afirmam os signatários.
Para os signatários, ”a gota d’água foi a participação de Paula em ato contra a indicação de Flávio Dino para o STF e que defendia o impeachment do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes”.
Os membros do Cidadania publicaram a carta, após terem visto um vídeo da deputada, publicado nas redes sociais, onde ela aparece participando do ato de domingo conversando com as pessoas que estavam presentes e outros parlamentares.
A Gazeta do Povo entrou em contato com a equipe da deputada que informou às 18h45 que “ela foi pega de surpresa” com o pedido de expulsão apresentado por “uma ala do partido que está incomodada com a sua atuação”. “Ela continua mantendo a sua independência, desde quando foi deputada federal e agora como deputada distrital. Nunca defendeu alinhamento com o governo passado e nem com o atual governo federal“, declarou um dos assessores.
Perfil da deputada
A empresária Paula Belmonte, filiada ao Cidadania, foi eleita como deputada distrital na eleição de 2022, depois de ter exercido o cargo de deputada federal na legislatura de 2019 a 2022, onde ocupou o cargo de vice-líder do partido.
Ela atua no campo da direita, mas assume a postura de independência e não se considera apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro. Também tem uma forte representação na defesa da família, dos direitos da criança e contra a corrupção, além de defender a reforma tributária e o fim de privilégios aos políticos, como a prerrogativa de foro e a reeleições sem limites no legislativo.