O presidente do Partido Progressistas (PP) e ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), disse que não vê razão para um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Atualmente, o ministro é alvo de 21 pedidos de impeachment no Senado Federal.
A declaração foi dada durante entrevista concedida ao jornal O Globo nesta sexta-feira (6). Nogueira vai na contramão dos esforços da oposição para barrar uma série de decisões do Judiciário consideradas arbitrárias e abusivas.
Quando questionado sobre a mobilização de “apoiadores de Bolsonaro” pelo impeachment de Moraes, Ciro Nogueira minimizou a atuação do ministro do Supremo que já é contestada até dentro da esquerda.
“Não vejo razão para pedir impeachment de um ministro por causa de uma decisão que ele tomou. Isso é atribuição dele”, disse o senador.
Nogueira também disse não concordar com as estratégias adotadas pelos congressistas para pressionar os ministros do STF a respeitarem os limites constitucionais do Poder Judiciário.
“A forma correta não é pressionar o Supremo, mas nós votarmos essas matérias com a opinião de que quem deve legislar é o Congresso. Às vezes, tem uma situação que eu não concordo. ‘Ah eles legislam porque vocês não votam’. Mas nós não somos obrigado a votar aborto”, afirmou Nogueira depois de elogiar a ex-presidente da Corte e ex-ministra, Rosa Weber, responsável por pautar o julgamento do aborto antes de deixar a Corte.
Na mesma entrevista, Nogueira também disse que poderá votar a favor do ministro da Justiça, Flávio Dino, caso ele seja indicado pelo presidente Lula para ocupar uma vaga no Supremo.
“Eu votei a favor do (Cristiano) Zanin, porque ele cumpria todos os requisitos, foi muito bem na sabatina. Não tem porque eu não votar a favor de um nome, seja qualquer nome, se ele cumprir o requisito”, disse Nogueira.
De acordo com o jornal O Globo, apesar de manter boa relação e contatos frequentes com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador tem procurado se distanciar da chamada “ala radical do bolsonarismo”.
Nogueira ainda criticou a aproximação do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), com o governo petista e garantiu que ficará na oposição até o fim do mandato de Lula.
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