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Negociações

Ciro Nogueira diz que PP está fora da base, mas não vai impedir adesões ao governo

Ciro Nogueira
Embora diga que tem boas relações com Lula, Ciro Nogueira nega adesão à base em respeito ao ex-presidente Bolsonaro. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

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O presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), diz que o partido não vai se aliar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mesmo com o seu correligionário, Arthur Lira (AL), dando sinais de que pode integrar a base governista. O parlamentar, no entanto, afirmou que não vai impedir que membros do partido sejam nomeados ministros em nome da governabilidade.

“Eu dou minha palavra de que o PP não vai para o governo. Eu não sou menino de não achar que há uma parte do meu partido queira ir para o governo. Principalmente o pessoal do Nordeste. E eu tenho todo o respeito ao Lira”, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico nesta quinta (13).

De acordo com o senador, a adesão de membros do PP ao governo será apenas por parte da Câmara, mas que é ele quem manda no partido. Ciro ainda criticou o jeito com que Lira “comanda a Câmara, muito me recolhi para não desautorizá-lo”.

Embora Lira tenha mantido conversas com o governo, confirmadas pelo ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, Ciro Nogueira diz que não tem participado de qualquer negociação, e que não aceitou nem mesmo conversar com Lula.

“Nem vou conversar com ele até o final do governo. Não podem colocar na minha conta essas indicações”, afirmou completando que tem uma relação com Lula que vai além da política, mas que não iria para o governo para não “magoar o presidente Bolsonaro de uma forma”.

“Eu tenho adoração pelo presidente Bolsonaro, ele foi correto comigo. Acho ele o homem público mais bem intencionado que eu conheci. Beira a ingenuidade. Eu não vou fazer isso”, disse.

Ciro Nogueira foi ministro da Casa Civil de Bolsonaro e apoiou o ex-presidente até o final do governo.

Ciro Nogueira ressaltou que será oposição a Lula “até o final”, contrariando gente que duvidava que o PP mudaria de lado ao longo do governo. Disse, ainda, que o candidato da oposição à sucessão presidencial deve ser o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e que a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, seria uma vice eleitoralmente “muito melhor”, embora já tenha dito que não pretende disputar o cargo.

“Eleição presidencial o cara tem que ir para debate e não sei se ela está preparada. Ela [Michelle] está crescendo muito. De comunicação ela é melhor que Tarcísio, Tereza [Cristina] e [Romeu] Zema. Agora, eu não sei se as pessoas vão ver nela capacidade de gerir país como veem no Tarcísio”, completou.

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