O senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, declarou nesta quarta-feira (6) a sua determinação em manter o partido afastado da base de apoio parlamentar do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo após a posse do deputado André Fufuca (PP-MA) no ministério. Em entrevista à Rádio NovaBrasil FM, ele afirmou que enquanto ele estiver na presidência da legenda, ela permanecerá como “oposição responsável” à gestão do PT, com a qual não compartilha afinidades ideológicas e contra a qual se posicionou nas eleições de 2022.
Nogueira também prometeu excluir da tomada de decisões partidárias todos os filiados que assumirem cargos no governo. Ele reforçou o seu compromisso com a medida, destacando que não voltará atrás na sua palavra. Além disso, ele criticou a abordagem do governo para conquistar apoio, primeiro definindo nomes de ministros antes mesmo de saber quais serão os cargos. Sobre a chance de um correligionário assumir a presidência da Caixa Econômica Federal, o senador criticou a ocupação partidária de estatais, considerando-a temerária, a exemplo de outros governos petistas.
Em relação à participação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no processo de indicação de nomes para o ministério, ele descartou postura de confronto do deputado. “Lira é a figura mais importante do PP, que transcende ao partido, sendo eleito com o apoio de quase todas as legendas na Câmara”, sublinhou. O dirigente justificou a defesa intransigente de ser oposição ao governo, atribuindo-a ao ganho de consistência da direita no país desde a chegada de Jair Bolsonaro (PL) ao poder. Ele observou que dois terços do Congresso têm visão mais sintonizada com o antecessor de Lula.
A Executiva Nacional do PP se reunirá dentro de duas semanas para tomar decisões que podem atrapalhar os planos do governo de ampliar a base parlamentar. Nogueira e a senadora Tereza Cristina (PP-MT) estão liderando processo interno para definir os "11 mandamentos dos progressistas", que servirão como diretrizes para os filiados, visando mais clareza à posição do partido. Entre as medidas está impedir parlamentares de votarem a favor de projetos para revisar a reforma trabalhista, aumentar carga tributária e legalizar aborto e consumo de drogas.
Por fim, Nogueira prevê que o PT não elegerá prefeitos de capitais ou grandes cidades nas eleições municipais do próximo ano. Em relação a 2026, ele acredita que Bolsonaro liderará o processo, definindo o nome de consenso do campo da direita para disputar a Presidência. No páreo estão os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR) e da senadora Tereza Cristina (PP-MT), sem perspectiva para outras possibilidades.
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