O senador Cleitinho (Republicanos-MG) se defendeu de acusações do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, de que teria divulgado fake news sobre a tragédia no Rio Grande do Sul. A defesa foi feita em pronunciamento no Plenário do Senado, na noite desta quarta-feira (15).
Cleitinho destacou que fez um questionamento sobre a necessidade de nota fiscal para doações enviadas ao povo gaúcho, e que a Confaz, órgão da Secretaria de Fazenda do RS, confirmou que não seria mais exigida. O senador ressaltou que suas ações são pautadas pela honestidade e transparência.
"Não fiz fake news e eu queria ter a oportunidade de convocá-lo aqui e ficar frente a frente com você [Paulo Pimenta] para você falar, ser homem de falar que eu fiz fake news, porque não fiz fake news e jamais vou fazer isso", disse o senador.
Cleitinho ainda mencionou que agora que Paulo Pimenta saiu do ministério para atuar no Rio Grande do Sul, não terá a oportunidade de ser convocado para explicar o inquérito contra opositores. "Poderia ficar no ministério e ser homem de olhar na minha cara e falar que eu fiz fake news, porque eu não tenho medo de vocês", disse.
No discurso, o parlamentar também fez um apelo ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para atuar contra essa "injustiça". "Tenho certeza de que o Presidente Pacheco vai combater essa injustiça desse ministro de querer desmoralizar o Senado", declarou.
Em resposta, o presidente Rodrigo Pacheco afirmou que já está ciente da situação e acionou a Advocacia do Senado Federal para uma avaliação técnica sobre o caso. Pacheco expressou confiança de que Cleitinho não cometeu nenhum ato ilícito e se comprometeu em buscar esclarecimentos por meio dos devidos procedimentos legais.
"Não tenho dúvida da boa intenção do senador Cleitinho, nessa abordagem, para poder corrigir aquilo que chegou a ele, como senador da República, como uma distorção e um defeito que precisava ser corrigido. Então, tem toda a solidariedade da Presidência, mas, sobretudo, pelo fato de que a Presidência confia que esse fato não constitui ilícito algum", ressaltou Pacheco.
Ao fazer um aparte ao discurso de Cleitinho, o senador Sérgio Moro (União-PR) se referiu ao episódio como um "absurdo" e criticou o fato de qualquer crítica ao governo ser tratada como como "desinformação" ou "fake news".
"Claro que desinformações e fake news são um problema, e muitas vezes utilizadas para manipular as pessoas, isso tem que ser combatido, mas quando o Governo começa a transformar qualquer crítica, qualquer questionamento em fake news, nós temos um problema. E, mais ainda, quando vem uma ameaça a um Parlamentar, que, salvo engano, tem imunidade material por palavras e votos. E, se nem um Parlamentar está seguro, como é que fica a população?", declarou o ex-juiz.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também mencionou que é alvo das investigações apontadas pelo ministro Paulo Pimenta. "Eu também sou vítima dessas acusações mentirosas contra nós de que cometemos alguma fake news. Sempre pergunto: "Qual foi a fake news que foi cometida?". E ninguém aponta uma, porque, via de regra, são fatos incontestes ou então opiniões que nós temos que desagradam o atual governo, que usa o aparato público para perseguir os seus opositores políticos", afirmou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No início deste mês, o ministro Paulo Pimenta anunciou que o governo Lula havia acionado a Polícia Federal (PF) e a Advocacia-Geral da União (AGU) para identificar e punir quem propagar “fake news” sobre a operação de salvamento e acolhimento no Rio Grande do Sul, estado atingido por enchentes históricas. A medida foi apontada como uma forma de "calar os críticos", além de gerar censura prévia e ameaçar a manifestação de opiniões legítimas.
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