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Cloudflare contradiz Anatel e nega colaboração para bloqueio do X
O acesso dos brasileiros ao X foi restabelecido temporariamente após atualização no aplicativo, que passou a usar o serviço da Cloudflare| Foto: Isaac Fontana/EFE

Ao contrário do que afirmou, na semana passada, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o CEO da Cloudflare, Matthew Prince, disse que a empresa não ajudou o X, rede social de Elon Musk, a burlar a ordem de bloqueio no Brasil, nem colaborou com os reguladores brasileiros para restabelecer a censura contra o X.

No dia 18 de setembro, após quase 20 dias do bloqueio ordenado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a rede social X voltou a funcionar no Brasil. 

O acesso dos brasileiros ao X foi restabelecido depois de uma atualização no aplicativo, que passou a usar o serviço conhecido como “proxy reverso” da empresa americana Cloudflare.

No mesmo dia, a Anatel enviou uma notificação para 20 mil operadores e provedores de internet determinando novo bloqueio do X. 

Em nota enviada à Gazeta do Povo, a Anatel disse contar com a colaboração da Cloudflare para seguir com o bloqueio à rede social no Brasil.

"Não sei do que as autoridades brasileiras estão falando. Não trabalhamos especificamente com eles para bloquear X ou disponibilizar X novamente no Brasil”, afirmou Prince em entrevista concedida à Bloomberg, nesta segunda-feira (23).

"Não houve nada que o X nos pediu para fazer em termos de eliminar a capacidade do Brasil de bloquear o conteúdo dentro do Brasil, e não houve nada que fizemos para facilitar a capacidade do Brasil de bloquear além do que eles já estavam fazendo", completou.

A Gazeta do Povo procurou a Anatel para comentar as declarações do CEO da Cloudflare e aguarda retorno.

No dia 19 de setembro, a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) informou que o X voltou ao “bloqueio total” no Brasil por iniciativa da própria plataforma.

Censura ao X

O banimento da rede social aconteceu depois que a plataforma não atendeu uma determinação de Moraes que pedia a indicação de um responsável legal no Brasil.

A decisão faz parte de um inquérito que envolve o empresário Elon Musk, sócio do X.

Em abril, Alexandre de Moraes determinou que Musk fosse investigado pelos crimes de obstrução à Justiça, organização criminosa e incitação ao crime. 

Analistas ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que a decisão do ministro do STF viola leis e cria nova espécie de ato jurídico, expondo o Brasil ao “ridículo internacional” pela forma como foi feita a intimação que originou a derrubada da plataforma.

Musk tem denunciado "ordens ilegais" de Moraes para censurar perfis da rede social.

Ainda, segundo Musk, com ajuda de ex-funcionários da rede social, Moraes também teria interferido nas eleições de 2022.

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