O Centro de Liderança Pública (CLP) apontou que a ampliação da isenção do Imposto de Renda, anunciada pelo governo Lula, pode agravar o desequilíbrio das contas públicas. A entidade divulgou uma nota técnica, nesta quinta-feira (28), sobre o pacote de corte de gastos.
Além das medidas de ajuste, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Segundo a proposta, a mudança deve ser compensada com a maior tributação para quem ganha mais de R$ 50 mil.
“Em um cenário fiscal delicado, a ampliação da isenção do Imposto de Renda pode agravar o desequilíbrio das contas públicas, uma vez que reduz a arrecadação em um segmento já pouco explorado tributariamente”, disse o CLP.
Para a entidade, “alternativas para aumentar a progressividade sem diminuir a base de contribuintes poderiam incluir a revisão das alíquotas superiores e a redução das deduções que beneficiam as camadas de renda mais alta”.
A CLP considera que uma opção para evitar o aumento da carga tributária total seria “compensar parcialmente essas medidas com a redução da alíquota-base dos impostos sobre consumo”. “Essa ação poderia ter um efeito progressivo, beneficiando especialmente as camadas de renda mais baixa e estimulando o consumo”, diz a nota técnica.
Além disso, a CLP destacou que as medidas anunciadas “são passos na direção correta, mas podem ser consideradas insuficientes diante do desafio fiscal”.
Em nota, a entidade reforçou que “para resolver a questão seriam necessárias reformas estruturais profundas, tanto no sistema tributário quanto previdenciário, para garantir a sustentabilidade das contas públicas e fomentar um ambiente propício ao desenvolvimento econômico e social do país".
Mudanças na aposentadoria dos militares são “tímidas frente à gravidade do déficit”, diz CLP
O Centro de Liderança Pública também afirmou que as mudanças previstas no pacote para a aposentadoria dos militares são “tímidas frente à gravidade do déficit”. O CLP defendeu a necessidade de reformas mais profundas para chegar a um “impacto fiscal mais significativo”.
“A previdência militar, que consome R$ 59 bilhões anuais ou 0,5% do PIB, permanece sem uma base contributiva sólida e com regras que incentivam a aposentadoria precoce”, disse a entidade.
Entre as alternativas apontadas pelo CLT estão o alinhamento da idade mínima aos padrões internacionais (60 anos) e o fim da integralidade dos benefícios. “Essas ações contribuiriam para reduzir o déficit previdenciário e promover maior equidade entre os diferentes regimes de aposentadoria”, diz a nota técnica.
TRF1 autoriza resolução que facilita aborto em menores de 14 anos sem o aval dos pais
Perspectiva de devassa jurídica de emendas deve gerar forte impacto no cenário político
Bolsonaro deve ser julgado pelo STF por suposta tentativa de golpe; acompanhe o Entrelinhas
Meta anuncia que adotará sistema semelhante ao do X para checagem de fatos
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF