O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, decidiu manter afastado o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato. Segundo Salomão, Appio apresentou "conduta gravíssima". O corregedor negou um pedido da defesa do juiz para que o caso fosse julgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e não mais na Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), informou o jornal O Globo.
O Conselho do TRF4 afastou o magistrado a pedido do desembargador federal Marcelo Malucelli. Na representação, Malucelli afirma que seu filho, João Eduardo Barreto Malucelli, teria recebido uma ligação telefônica em tom ameaçador. O Conselho considerou que existem indícios de que o Appio tenha feito o telefonema, que foi gravado pelo filho do desembargador.
Salomão entendeu que "evidenciam-se elementos suficientes à manutenção do afastamento do magistrado até o final das apurações". Salomão afirmou que manter Appio no cargo poderia atrapalhar a apuração do ocorrido, pois ele teria livre acesso aos sistemas de informática da Justiça Federal. O advogado Pedro Estevam Serrano, responsável pela defesa do juiz, disse ao Globo que respeita a decisão do CNJ, mas "diverge intensamente do conteúdo" e, por isso, irá recorrer.
"Constata-se a gravidade das condutas praticadas, na medida em que a conduta do magistrado investigado (Appio) aparenta configurar possível ameaça a desembargador daquela Corte, havendo ainda elementos que apontam que o investigado se utilizou de dados e informações constantes do sistema eletrônico da Justiça Federal para aquela finalidade, passando-se por servidor do tribunal”, escreveu o corregedor.
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