O ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa Michelle Bolsonaro durante ato no Rio de Janeiro| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Apesar da derrota do deputado federal Alexandre Ramagem na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro, o PL de Jair Bolsonaro já se movimenta para ampliar seu espaço na política fluminense a partir de 2026. Um dos caminhos discutidos pelo partido visa pavimentar uma eventual candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) ao governo do estado.

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Diferentes lideranças do partido evitam cravar que o filho do ex-presidente será mesmo o nome do partido na disputa pelo Palácio da Guanabara. Contudo, admitem que o resultado das eleições municipais e a saída de Cláudio Castro (PL) pode fortalecer o nome do clã Bolsonaro no estado fluminense.  

A avaliação dessas lideranças da sigla é de que, além do crescimento do PL, houve um crescimento de outros candidatos da direita em redutos importantes para o grupo político do ex-presidente Bolsonaro. Ao todo, o PL venceu em 22 dos 92 municípios fluminenses – mais que o dobro das 10 prefeituras conquistadas em 2020.  

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O partido também vai disputar o segundo turno em duas cidades do estado: Niterói, com a candidatura do deputado federal Carlos Jordy (PL), e em São João de Meriti, com Valdecy da Saúde (PL). 

"Nós crescemos muito nessa campanha e os ataques do nosso adversário mostram esse desespero pelo nosso crescimento", afirmou Jordy. "É uma sensação muito positiva que nós estamos tendo, de dever cumprido, uma aceitação muito grande, as pessoas colocando a esperança no nosso projeto, nos apoiando", completou Jordy. O deputado do PL disputa o segundo turno contra Rodrigo Neves (PDT), apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

A cidade mais importante que continuará a ser comandada pelo partido do ex-presidente Bolsonaro é São Gonçalo, onde o prefeito Capitão Nelson se reelegeu no primeiro turno com 84% dos votos. "Tivemos o prefeito mais votado do Brasil nas cidades acima de 500 mil habitantes", destaca o deputado federal Altineu Côrtes, presidente do diretório estadual do PL. 

Na chamada região metropolitana, o partido ainda vai comandar as cidades de Mesquita e Nilópolis. Já na região dos Lagos, Cabo Frio também será comandada pelo partido a partir de 2025, com a vitória do deputado estadual Dr. Serginho, com 69% dos votos.  

"Tivemos uma vitória muito expressiva no estado. Foram 22 prefeitos, 13 vice-prefeitos e 169 vereadores. O PL foi o partido que mais recebeu voto, e mesmo no Rio de Janeiro, com a vitória do Eduardo Paes, o nosso candidato [Alexandre] Ramagem teve 31% dos votos", completou Altineu. 

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Candidatos de Bolsonaro venceram na região mais populosa do RJ 

Além dos nomes do PL, Bolsonaro conseguiu manter sua hegemonia no pleito municipal na Baixada Fluminense, território que concentra quase 3 milhões de eleitores. O ex-presidente já havia derrotado Lula nas 13 cidades da região durante a disputa presidencial de 2022. 

Nos dois municípios onde os candidatos apoiados por Bolsonaro travaram embates com nomes da esquerda — Duque de Caxias e Belford Roxo — a direita saiu vitoriosa. Os aliados de Lula venceram em apenas duas cidades: Paracambi e Japeri, ambas com menos de 100 mil eleitores. 

Em Belford Roxo, o deputado estadual Márcio Canella (União) tinha o apoio de Bolsonaro e venceu a disputa ainda no primeiro turno 62,88%. Ele derrotou Matheus do Waguinho (Republicanos) que era apoiado por Lula. 

Em Duque de Caxias, Netinho Reis (MDB) também contou com o apoio do ex-presidente e liquidou a fatura na primeira rodada com 54,08% dos votos. Ele derrotou o ex-prefeito Zito (PV), apoiado pelos petistas, que ficou com pouco mais de 28%. 

Segundo maior colégio eleitoral da Baixada, Nova Iguaçu elegeu Dudu Reina (PP). O candidato não teve o apoio direto de Bolsonaro, mas contou com o PL em sua coligação. O candidato venceu com quase 75% dos votos, derrotando Tuninho da Padaria (PT), apoiado por Lula, que ficou em terceiro lugar com 6% dos votos. 

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"Os brasileiros ouviram mais uma vez os nossos avisos e nossos recados para fortalecer muito os partidos de centro-direita em todo o Brasil. O balanço que eu faço é de houve uma grande vitória da centro-direita. Por onde eu fiz campanha o discurso era sempre o de que o resgate de 2026 começava agora por 2024 e o resultado foi fantástico", avaliou o senador Flávio Bolsonaro em vídeo publicado nas redes sociais após o primeiro turno das eleições.  

Reeleito na capital, Eduardo Paes tem dificuldades para crescer no restante do estado 

Dentro dos dirigentes do PL no Rio de Janeiro, a avaliação é de que, por mais que tenha vencido a disputa pela prefeitura da capital ainda no primeiro turno, o prefeito Eduardo Paes (PSD) deve enfrentar dificuldades no restante do estado. Antes de tomar posse para seu segundo mandato na prefeitura, o nome do carioca já é apontado como pré-candidato ao governo estadual em 2026. 

Além da eleição de Paes, o PSD elegeu apenas outros dois prefeitos nos 92 municípios do estado fluminense. Visto como uma forma de garantia de palanque para Lula no pleito de 2026, a campanha do atual prefeito deve contar, principalmente, com o apoio de lideranças da esquerda na região. 

“A vitória da esquerda em 2026 passa por esse campo democrático, que vai precisar de candidatos a governador. Paes cumpre esse papel e é o meu candidato, vou defender isso no tempo adequado”, afirmou Marcelo Freixo (PT), presidente da Embratur, em entrevista ao jornal O Globo. 

Por outro lado, o PL de Bolsonaro considera que a influência do governador Claudio Castro e os demais partidos da base do governo estadual saem fortalecidos para elegerem um sucessor em 2026. 

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"A centro-direita saiu forte e nossos aliados, como PP, MDB e até o próprio União, essa base do governador elegeu a grande maioria dos prefeitos. Vamos ter o momento para ver o que é possível melhorar antes de 2026", defendeu Altineu Côrtes.  

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]