Uma série de derrotas do governo no Congresso, nas últimas semanas, pode obrigar Lula a se envolver diretamente nas negociações com os parlamentares. Insatisfeitos com a baixa liberação de emendas parlamentares, partidos do Centrão querem que o petista atue diretamente na articulação política.
Os problemas são imputados aos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), responsável pelas conversas com o Legislativo; e Rui Costa (Casa Civil), coordenador geral dos programas do Executivo. A reclamação geral é de demora para ocupação de cargos e execução das verbas do Orçamento indicadas por deputados e senadores.
Dois episódios acenderam o alerta: o adiamento da votação do PL das Fake News e a derrubada de decretos de Lula que alteravam o Marco do Saneamento. O temor agora é que fracassem propostas fundamentais para o equilíbrio das contas públicas: o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária. Parlamentares do Centrão já planejam uma série de mudanças nos projetos para obrigar o Executivo a adotar medidas de austeridade, que no, entanto, desagradam o PT, a esquerda e os ministros gastadores do Executivo.
Nesse cenário, o Supremo Tribunal Federal pode ser acionado para dar uma mão ao governo. Na semana passada, a Corte foi acionada para reverter, por exemplo, a privatização da Eletrobras, mas não há sinais de que os ministros vão acolher esse pedido.
A debilidade política do governo Lula, e o que isso pode representar para o país, é o tema do Segunda Opinião desta segunda (8), com Renan Ramalho, Paula Marisa, Paulo Polzonoff e Fabiana Barroso.
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