O comandante do Exército, general Tomás Paiva, saiu em defesa do general Gustavo Henrique Dutra, que era o responsável pelo Comando Militar do Planalto durante os atos de 8 de janeiro de 2023. Paiva afirmou que Dutra apenas cumpria ordens e evitou que houvesse "derramamento de sangue" na desmobilização do acampamento em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília. As declarações foram dadas nesta quarta-feira (17) durante audiência na Câmara dos Deputados.
"General Dutra é um grande oficial, agora ele tem comandante, então eu defendo ele porque é um grande oficial, cumpria ordem, ele evitou que fosse derramado sangue naquele dia, naquela noite. Isso é o que aconteceu. Eu teria vergonha de não defender meu general", disse o comandante do Exército.
Em depoimento à CPMI do 8 de janeiro, Dutra negou qualquer tipo de omissão dos militares na desmobilização do acampamento montado em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília. O general afirmou ainda que a retirada das pessoas foi feita aos poucos e que o acampamento era uma manifestação pacífica, não havendo razão para o Exército declará-lo ilegal.
A afirmação de Tomás Paiva foi uma resposta a declarações do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que afirmou ter "vergonha" do general Dutra. "Tenho orgulho do general Heleno, do almirante Garnier. Tenho vergonha daquele general, Dutra, que enganou os brasileiros, emboscou os brasileiros e fez o papelão e depois se orgulhou dizendo que tinha falado com Lula que 'a gente enganou eles'. Esse, sim, eu tenho vergonha, aliás muita vergonha. E tenho certeza que os militares, sobretudo oficiais subalternos e oficiais superiores, também se envergonham muito. Cito esse general Dutra que é uma vergonha para as Forças Armadas e ter atitude vergonhosa como essa", disse Salles.
O comandante do Exército, contudo, afirmou que ele e os parlamentares "tinham vergonhas diferentes" e que a dele era a de "não cumprir a ética militar" ou de buscar "popularidade sem cumprir a lei". As declarações foram feitas nesta quarta-feira (17) na Comissão das Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden) da Câmara dos Deputados.
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