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O comandante Tomás Paiva usou o Dia do Exército para ressaltar a estabilidade e o caráter permanente do Exército como instituição de Estado. Ele leu a ordem do dia na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia do Dia do Exército em Brasília nesta sexta-feira (19) e pediu também fé nos princípios democráticos. A fala ocorre em um momento em que a instituição tenta se recuperar da polêmica do debate sobre a possibilidade de intervenção militar na política levantada durante as últimas eleições presidenciais.
"Prossigamos confiantes no futuro glorioso reservado ao Brasil. Tenhamos fé nos princípios democráticos, na resiliência e solidariedade do nosso povo brasileiro e no valor profissional dos nossos militares, herdeiros dos heróis de Guararapes e fiéis guardiões da nossa soberania", afirmou o comandante.
A decisão do Exército de não intervir na política por meio de uma reinterpretação do artigo 142 da Constituição ou através de um decreto de Estado de Defesa ou Estado de Sítio foi tomada pelo então comandante Marco Antônio Freire Gomes no final de 2022. Na ocasião, a possibilidade teria sido apresentada ao ex-comandante pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e por seus aliados. Bolsonaro afirma que analisar o tema não é crime nem fere a Constituição.
Mas a imagem do Exército acabou sofrendo abalos. A instituição foi atacada tanto pela esquerda como por apoiadores da direita que defendiam a reinterpretação do artigo 142 da Constituição. Nesse contexo, o comandante do Exército pediu fé na resiliência e na solidariedade do povo.
Em seu discurso nesta sexta-feira, Tomás Paiva exaltou a estabilidade do Exército no Império, na República e na Democracia. Ele tambem ressaltou como características da instituição o caráter apolítico, apartidario, imparcial e de coesão com a sociedade. Nos bastidores, o comandante vem se reunindo com representantes de todos os espectros políticos para tentar difundir essa mesma ideia.
“No dia de hoje, ao completar 376 anos de glórias, a Força Terrestre reafirma o eterno compromisso com a Nação brasileira em defesa da Pátria e dos mais caros ideais democrático", disse no discurso da ordem do dia.
Também participaram da cerimônia do Dia do Exército o comandante da Marinha, o almirante Marcos Olsen, e o da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno. O ministro da Defesa, José Múcio, estava presente ao lado dos comandantes. Ele têm exercido o papel de apaziguar as relações entre os militares e a ala petista mais radical do governo. Nos últimos meses, Lula fez diversos acenos às Forças e chegou a desagradar alas do PT para não aumentar ainda mais o desgaste com os militares.
Múcio e Lula conversaram bastante durante a cerimônia. Já o clima entre o Presidente da República e os comandantes foi ameno. Todos apertaram as mãos e se abraçaram no fim da cerimônia.
