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Viagem oficial

Comandante do Exército vai à China em julho e defende parceria estratégica com país asiático

Comandante do Exército vai à China e defende parceria com país asiático
O comandante do Exército, general Tomás Paiva, disse também que a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos da ditadura será reativada por “questão humanitária”. (Foto: André Borges/EFE.)

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O comandante do Exército, general Tomás Paiva, defendeu a ampliação da parceria estratégica entre Brasil e China na área militar. Paiva fará uma viagem oficial ao território chinês no início de julho. Ele classificou a relação com a país asiático como "muito boa".

“Essa relação de cooperação já era muito patente no intercâmbio de cursos. A gente já tinha militares que mandamos para lá, até hoje, tem militares que fazem curso na China. E também recebemos militares chineses para cursar no Brasil nas nossas escolas”, disse o comandante do Exército em entrevista ao Estadão divulgada nesta sexta-feira (7).

“Também na parte de ciência e tecnologia, eu acho que tem coisas para a gente poder conversar, porque eles são um polo de pesquisa de ciência e tecnologia. E também na parte de indústria de defesa, interessante, porque eles estão avançados nessa área. Esses são os principais temas que são comuns e que interessam os dois países”, acrescentou.

O ministro da Defesa, José Mucio, autorizou o afastamento de Paiva para a realização da visita oficial ao território chinês por dez dias. O general disse que pretende visitar outros países dos Brics, formado por Índia, África do Sul, Irã, Emirados Árabes, Etiópia, Egito e Brasil.

No entanto, uma viagem à Rússia, que também faz parte do bloco, não deve ocorrer devido ao conflito com a Ucrânia. A Arábia Saudita teve sua adesão aprovada, mas ainda não entrou oficialmente no grupo.

Dos países do Brics, o general já esteve na Índia em viagem oficial. Além disso, foi aos Estados Unidos. “Então eu preciso ir à China e eu preciso ir à África do Sul. Eu estou evitando de ir à Rússia, porque a Rússia está em conflito”, ressaltou.

Questionado se a viagem à China pode prejudicar a cooperação com os Estados Unidos, Paiva disse não acreditar nessa possibilidade e defendeu que o Brasil é pragmático.

“Eu não acredito que a gente possa se permitir, se deixar levar por polarização ideológica, porque não existe isso em relações internacionais. A gente sempre foi pragmático. O nosso interesse é nessas áreas que eu te falei, acadêmico, que eles são muito fortes de doutrina, interesse de ciência e tecnologia”, afirmou.

Ele enfatizou que o Brasil mantém um "intercâmbio comercial muito grande com a China" e citou a viagem oficial feita por uma comitiva do governo nesta semana. O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), se reuniu nesta sexta (7) com o autocrata chinês, Xi Jinping, no Palácio do Povo.

Segundo o Palácio do Planalto, a missão oficial de quatro dias comandada por Alckmin “resultou, entre outras coisas, em R$ 24,6 bilhões em concessões de crédito para o Brasil”.

“Concluímos esta missão à China com resultados muito satisfatórios. Garantimos mais de R$ 24,6 bilhões em financiamentos para projetos diversos no Brasil, com foco significativo na reconstrução do Rio Grande do Sul”, disse o vice-presidente, em nota.

Paiva diz que Comissão sobre Mortos e Desaparecidos da ditadura será reativada

O comandante do Exército afirmou que a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos será reativada por uma “questão humanitária”. O colegiado foi criado em 1995, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com a finalidade de reconhecer pessoas mortas ou desaparecidas durante o regime militar (1964-1985) e analisar pedidos de indenização de familiares.

A comissão havia sido encerrada no fim do governo Bolsonaro, em 2022. Em abril deste ano, o Ministério da Justiça aprovou um parecer favorável à recriação da comissão.

“Já está definido isso. Isso aí em algum momento vai ser reativada, tendo em vista o fato de que as pessoas perderam gente. Eles teriam o direito de saber o paradeiro. Enquanto a pessoa estiver desaparecida, eu acho que é humanitário a gente ter a possibilidade de saber o que aconteceu. Isso tem que ser entendido como uma questão humanitária. Eu só fico preocupado de, com o tempo, as expectativas serem frustradas”, disse o general ao Estadão.

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