O comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Miguel Paiva, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais recursos em meio às restrições orçamentárias que fizeram a equipe econômica do governo bloquear R$ 675,7 milhões do Ministério da Defesa. O pedido por mais verbas ocorreu nesta quinta (22) durante a cerimônia do Dia do Exército, no Quartel-General da Força em Brasília.
Paiva fez o pedido durante o discurso da chamada “Ordem do Dia” durante a cerimônia, e afirmou que os militares participam de uma série de ações que necessitam de mais recursos, principalmente para a compra de equipamentos, como combate ao garimpo ilegal, ajuda aos atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul, entre outras.
“Esse espírito perseverante e de doação integral à carreira é mantido incólume, mesmo sob os efeitos das restrições orçamentárias que atingem a todos”, disse o general.
De acordo com Paiva, mesmo com as restrições orçamentárias que atingem todos os ministérios do governo, não é possível descuidar “da imperiosa necessidade de mais helicópteros, de mais blindados e de mais mísseis, meios militares imprescindíveis, que foram adquiridos de forma responsável e transparente e foram agregados à dotação de material da Força, aumentando nossa capacidade de cumprimento de missão”.
Tomás Miguel Paiva citou que 14 mil militares trabalham “diuturnamente” em 59 operações de Norte a Sul do país em uma “onipresença institucional”. Lula não discursou no evento.
O ministro José Múcio Monteiro (Defesa), que acompanhou o presidente na cerimônia, tem feito apelos constantes por mais recursos para as Forças Armadas, apresentando dados que mostram uma queda de 47% nas verbas destinadas à pasta ao longo da última década.
À Gazeta do Povo, no primeiro semestre, o Ministério da Defesa confirmou que “os recursos atualmente disponíveis para a Defesa são os menores dos últimos 10 anos”.
“Tal restrição gera fortes impactos no cumprimento de contratos já firmados (alguns com governos e empresas estrangeiras), dos projetos estratégicos da Defesa e também na manutenção e no custeio das diversas organizações militares em todo o território nacional”, pontuou.
Ainda de acordo com a pasta, a programação inicial de despesas discricionárias no Orçamento de 2024 somava R$ 12,3 bilhões (considerando demais despesas discricionárias e Novo PAC). “Após sucessivos cortes e bloqueios, o valor é de R$ 10,3 bilhões, com redução equivalente a R$ 2 bilhões”, completou.
Além do discurso do general Paiva, a cerimônia homenageou militares que participaram dos Jogos Olímpicos e os que atuaram na tragédia climática ocorrida no Rio Grande do Sul. Lula agraciou com a Medalha do Exército Brasileiro a judoca e campeã olímpica Beatriz Souza, que também é sargento do Exército, integrando o Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento, e também o judoca Guilherme Schmidt e a jogadora de vôlei de quadra Natália Araújo.
Junto de Lula na cerimônia, também estiveram presentes os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso; entre outros ministros de Estado.
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