Centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda protestaram neste sábado (2) contra o governo de Jair Bolsonaro em todas as regiões do país. A principal pauta das manifestações é o impeachment do presidente da República. De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) estavam programados atos em todas as capitais; ao todo, segundo a CUT, haveria protestos em 306 cidades do país.
Entre as capitais, Fortaleza, Maceió, Goiânia e João Pessoa começaram as manifestações logo cedo, entre 8h e 9h. No Rio de Janeiro, a concentração começou às 10h em frente à igreja da Candelária, no centro da cidade. De lá, os manifestantes se dirigiram até a Cinelândia, onde ao meio-dia já se encontrava a maior concentração de pessoas.
A maioria das demais capitais, no entanto, deu início aos atos no período da tarde. Em São Paulo, as manifestações começaram 13h; em Brasília e Belo Horizonte às 15h30. Já em Florianópolis e Porto Alegre, os atos tiveram início às 14h, e em Curitiba, às 16h.
Grupos de brasileiros residentes no exterior também organizaram protestos em cidades como Madri, na Espanha; Paris, na França; Freiburg, na Alemanha; Viena, na Áustria; e Zurique, na Suíça.
Ato em São Paulo reúne lideranças da esquerda e nomes da "terceira via"
De acordo com os organizadores, os protestos na capital paulista teriam números mais expressivos no dia de manifestações. Dez carros de som foram colocados em diferentes pontos da Avenida Paulista, onde discursaram representantes de movimentos sociais, sindicatos e entidades alinhadas à esquerda e lideranças de diversos partidos políticos.
A manifestação em São Paulo reuniu petistas e outras lideranças da oposição. Estiveram presentes no ato o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), a presidente do Partido dos Trabalhadores deputada federal Gleisi Hoffmann (PT), além de outras lideranças que se opõem a Bolsonaro, como Guilherme Boulos (PSOL), Manuela D´Ávila (PC do B), Marcelo Freixo (PSB-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Outras lideranças da "terceira via" que tentam se viabilizar na disputa eleitoral de 2022 também estiveram presentes. O presidenciável do PDT, Ciro Gomes participou no início da tarde de ato no Rio de Janeiro e viajou para São Paulo. =
Alguns manifestantes ironizaram a ideia da terceira via em um carro de som. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, um representante do PCO defendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chamou Ciro Gomes de "canalha". A fala irritou a militância pró-Ciro, que hostilizou o PCO em coro.
Outros manifestantes intervieram e defenderam que o ato "tem pessoas de todas as cores" em defesa de uma pauta única, o "Fora Bolsonaro", informou o jornal Estado de S. Paulo. "São atos de todos e todas em defesa do Brasil, rumo à derrota de Bolsonaro", declarou uma organizadora.
Ciro rebate críticas e deixa ato sob ataques com pedaços de pau
Em um carro de som na Avenida Paulista, Ciro Gomes foi hostilizado e vaiado por manifestantes contrários que, inclusive, arremessaram objetos contra o trio onde estava. O pedetista retrucou e disse que "o povo brasileiro é muito maior do que o fascismo de vermelho ou de verde e amarelo".
O presidenciável deixou o local com seu carro sob ataques de manifestantes que usaram pedaços de pau para intimidar. Nas redes sociais, ele publicou um vídeo com a mensagem dizendo que foi "com o peito aberto sabendo que poderia enfrentar a deselegância de alguns radicais".
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, classificou o episódio como "infantil, anti-democrático e perigoso" e disse que "esperava agressões" por parte de "fascistas" em um ato contra Bolsonaro. "Hoje, militantes com camisas do PT tentaram nos agredir", criticou.
Manifestantes no Rio, em Belo Horizonte e Brasília pedem impeachment
Os atos em Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte também cobraram o impeachment de Bolsonaro. As três capitais reuniram militantes e apoiadores de PT, PDT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCB e PV. Na capital fluminense, os protestos ficaram concentrados na Cinelândia, no centro. Ciro Gomes defendeu pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a abrir um pedido de impedimento.
Em Brasília, os manifestantes se reuniram em frente ao Museu Nacional, no centro da capital federal, e defenderam outras pautas além do afastamento de Bolsonaro, como protestos contra a inflação dos combustíveis, alimentos e do gás de cozinha.
Em Belo Horizonte, os manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade, no centro-sul da capital mineira, para uma passeata. Apoiadores e lideranças políticas aliadas de Ciro Gomes e de Lula compareceram ao ato.
Como foram as manifestações em outras cidades e quais as pautas
Além do impeachment de Bolsonaro, outros temas também fizeram parte dos atos em todo o país. Manifestantes protestaram, por exemplo, contra a condução do governo no combate à pandemia, o desemprego e a inflação (principalmente de alimentos, do gás de cozinha e da energia elétrica), a privatização dos correios e a reforma administrativa.
Em diversas cidades foi possível ver bandeiras e manifestações favoráveis a candidatos que deverão disputar a presidência da República em 2022, em especial Lula. Em Campo Grande, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Mato Grosso do Sul organizou os atos em pedido ao impeachment e contra a inflação.
Em Vitória, capital de Espírito Santo, os manifestantes se concentraram no campus da Universidade Federal do estado (UFES) e seguiram em caminhada até a sede da Secretaria de Educação do estado em críticas a Bolsonaro e à condução do governo. Também foram registrados atos com pautas semelhantes em outras capitais, como Boa Vista e Natal,
Atropelamento no protesto de Recife
Em Recife, segundo relatos de manifestantes, um carro furou o bloqueio que delimitava o local dos protestos por volta de 12h30 e atropelou uma advogada que participava do ato. O motorista teria fugido em seguida. A mulher foi socorrida por equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel (Samu) e levada a um hospital no bairro do Paissandu, no centro da capital do estado. A vereadora do Recife Dani Portela (PSOL), que estava no local, disse ao portal de notícias G1 que o atropelamento foi “aparentemente proposital”.
Mulher é presa por furto durante ato em São Paulo
Em São Paulo, uma mulher foi presa em flagrante após tentar roubar um celular de um manifestante. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a mulher é colombiana e o manifestante é alemão. Essa foi a única ocorrência policial registrada até às 16h44, de acordo com um comandante da Polícia Militar (PMSP).
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