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A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) o requerimento, de autoria do deputado Marcel van Hattem (Novo/RS), para ouvir o ex-assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais no governo Bolsonaro, Filipe Martins.
De acordo com Van Hattem, o objetivo da audiência “é coletar informações a respeito das incoerências relacionadas aos registros das suas visitas aos Estados Unidos que resultaram na sua prisão preventiva no ano de 2024”.
Martins é investigado por sua suposta participação no caso da minuta de um decreto que, entre outras coisas, previa a convocação de novas eleições presidenciais em 2022.
Ele foi preso no dia 8 de fevereiro deste ano porque seu nome estava em um documento editável encontrado no computador do tenente-coronel Mauro Cid com uma lista de passageiros de um voo presidencial com destino a Orlando (EUA) marcado para o dia 30 de dezembro de 2022. A Polícia Federal (PF) e o ministro Alexandre de Moraes usaram esse documento editável como prova de que Martins estaria tentando evitar um processo fugindo do país.
Desde o início da prisão preventiva, a defesa apresentou provas cabais de que Filipe Martins não tinha embarcado nesse voo e estava no Brasil na data. A base para a sua prisão foi, portanto, uma viagem que ele nunca fez.
”Essa história precisa ser muito bem contada. O que aconteceu é que ele foi preso sob a alegação de que poderia fugir do país, em virtude de ter saído junto com o presidente da República (Bolsonaro), só que a verdade é que essa viagem nunca aconteceu”, destacou o deputado gaúcho.
Para Van Hattem, o caso é muito “estranho”, porque Filipe Martins, não viajou para Flórida, mas o nome dele “apareceu no travel history USA” e “forjaram uma entrada em território americano que nunca aconteceu”.
“É muito grave. Nós esperamos que Filipe Martins possa vir aqui nos dar mais detalhes, até porque é um tema que interessa muito à embaixada americana e aos Estados Unidos. Tudo indica que há autoridades daquele país envolvidas em uma fraude para que, dolosa ou culposamente, fosse imputado a Filipe Martins uma saída do país que nunca aconteceu”, declarou o parlamentar na comissão.