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A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (14) um requerimento de convocação à ministra da Saúde, Nísia Trindade, para explicar a ameaça ao parlamento, especificamente ao colegiado da comissão, realizada em live com o presidente Lula. O pedido foi apresentado pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF).
No requerimento, a parlamentar cita que “a ministra afirmou que o governo investigará declarações feitas durante uma reunião, na CFFC, em que se debateu a obrigatoriedade da vacinação em crianças”.
A reunião mencionada pela deputada foi realizada no dia 28 de outubro. Na ocasião, a ministra Nísia defendeu a obrigatoriedade das vacinas, criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e rebateu o que chamou de “inverdades” apontadas por deputados sobre as vacinas contra COVID-19.
Na live com o presidente Lula, a ministra explicou a dificuldade que está tendo para reativar a política histórica de vacinação por conta de “fenômenos novos, de movimentos antivacinas” que usam uma “estratégia deliberada de usar falsas informações científicas”.
“O que vimos, e isso é uma coisa para entristecer, são lives da Comissão de Fiscalização [da Câmara dos Deputados] em que médicos falam que a vacina pode causar mortes, miocardites graves no caso da vacina da Covid, tudo fake news sem base científica, mas aparecendo como se fosse informação científica. Isso confunde a população”, disse a ministra (veja trecho na íntegra).
Lula questionou a ministra sobre o que poderia ser feito com pessoas que questionam a eficácia das vacinas, defendendo que “é necessário criminalizar pessoas que estão contando mentiras”. E Nísia confirmou a criação de um programa com vários órgãos do governo para investigar os casos.
“Tal ameaça caracteriza grave afronta ao parlamento e às prerrogativas e imunidades parlamentares. Diante da grave afronta a dispositivos constitucionais, põe-se necessária a convocação da Ministra Nísia Trindade para explicar ao parlamento as ameaças realizadas na referida live”, destacou a deputada.