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Greve Geral 2019

Confusão, black blocs e atropelamento: como foi a greve geral nas principais cidades

Como foi a greve geral
De atos pacíficos a confusões: como foi a greve geral no Brasil. (Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo)
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Com atos previstos em mais de 170 cidades, a greve geral de junho de 2019 reuniu manifestantes convocados pelas centrais sindicais e movimentos de oposição à reforma da Previdência e aos cortes na educação. Atos pacíficos e confusões mostram como foi a greve geral no Brasil nas principais cidades.

Era esperado forte impacto no trânsito das grandes cidades. Apesar de haver decisão judicial contra a greve em São Paulo, Brasília e em Belo Horizonte, e em Curitiba haver o anúncio de que os ônibus não parariam, houve algumas movimentações contrárias.

Unidades operacionais da Petrobras também foram impactadas pela paralisação geral. A estatal informou que em alguns locais não houve troca de turnos dos empregados. "A companhia tomou todas as medidas para garantir a continuidade da produção de petróleo e gás", destaca nota da Petrobras. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que 14 unidades da Petrobras espalhadas em 12 Estados aderiram à greve geral.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) afirma que 45 milhões de pessoas aderiram à paralisação. Não há estimativa fechada por parte de autoridades. Veja como foi a greve geral em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife: clique nos links para ir direito às informações de cada capital.

São Paulo: como foi a greve geral com campo de futebol e black blocs

Pela manhã a capital paulista, a SPTrans afirma que 97% da frota de ônibus circulou. À tarde, 100% da frota estava nas ruas, segundo o órgão. Já o metrô teve circulação parcial, enquanto que os trens operaram normalmente. Manifestações políticas e de centrais sindicais mostram como foi a greve geral em São Paulo: com confusão e ameaças de vários lados.

O governador do estado, João Doria, disse à tarde que os funcionários do Metrô que aderiram à paralisação e descumpriram determinação da Justiça podem ser advertidos, suspensos ou até mesmo demitidos. Doria afirmou também que os sindicatos que desobedeceram a orientação legal podem ser multados em até R$ 1 milhão.

Na Avenida Paulista, manifestantes contrários à reforma da Previdência ocuparam as duas faixas da via, com grande concentração em frente ao Masp - Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Parte das pessoas que foi para a manifestação na avenida se reuniu também em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Não tem mais pato aqui", gritaram os manifestantes. Ainda na avenida, um grupo de manifestantes improvisou um campo de futebol em uma das faixas da via. "Fiquem tranquilos que o juiz que vai apitar o jogo não vai ser o Sérgio Moro", disse um deles.

Perto do fim do ato, às 20h, um homem foi detido por cuspir em um PM e um grupo de manifestantes mascarados (black blocs) tentou impedir, quando a maioria dos manifestantes já tinha descido à Rua da Consolação para o encerramento do ato, na Praça da República, informa o Estadão.

Em ao menos quatro cidades do interior de São Paulo, um grupo incendiou ônibus de serviços de transporte coletivo, na madrugada desta sexta-feira. Em Santos, houve bloqueios nas entradas da cidade. A Mercedez-Benz informou, por meio da assessoria de imprensa, que os funcionários da fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, foram impedidos de entrar na unidade.

Curitiba: greve geral atrasa chegada, mas saída do trabalho foi normal

Na cidade paranaense, parte dos ônibus não entrou em circulação e a espera por linhas que passam regularmente de 15 em 15 minutos chegaram a uma espera de 40 minutos pela manhã. Na “hora do rush”, os veículos trafegam normalmente, com eventuais atrasos.

Durante a tarde, o trânsito na cidade foi lento ao lado da Praça Santos Andrade, onde houve manifestações e discursos em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Eles se deslocaram por outras vias no Centro e chegaram a fazer colunas de fogo em alguns locais. Clique aqui para ver a cobertura completa da greve geral em Curitiba.

Rio de Janeiro: confusão, atropelamento e pessoas presas

No Rio de Janeiro, a RioÔnibus e a SuperVia (concessionária de trens) afirma que não houve paralisação. No fim da tarde, contudo, o trânsito começou a ficar intenso em saídas da cidade, segundo informações do Centro de Operações Rio. Além disso, uma multidão se aglomerou ao redor da igreja da Candelária, na região central da cidade.

Na região, pistas foram interditadas e o trânsito foi bloqueado. Houve confusão, segundo O Globo, quando um grupo atirou rojões e pedras contra PMs e soldados do Exército que faziam a segurança do Comando Militar. Os militares dispersaram a confusão com bombas de gás e de efeito moral.

Como consequência, duas pessoas foram detidas e duas estações de metrô precisaram ser fechadas. Até aquele momento, a greve geral no Rio de Janeiro transcorria sem confusões, com a participação de estudantes, professores, rodoviários, petroleiros, bancários e representantes de outras categorias, informa O Globo.

Em Niterói, porém, ainda pela manhã, um homem atropelou pelo menos cinco manifestantes na avenida Marquês do Paraná, um dos principais acessos à Ponte Rio-Niterói. Segundo relatos, o protesto era pacífico até o atropelamento. O motorista não foi localizado até a tarde.  Um vídeo mostra o momento em que alguns manifestantes foram arremessados pelo carro.

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