Simone Tebet (MDB-MS) no plenário do Senado.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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Cresce dentro do MDB uma movimentação para que a senadora Simone Tebet (MS) seja candidata à Presidência da República em 2022 pelo partido. Nome de destaque na CPI da Covid como crítica do governo Bolsonaro, ela também passou a ser cotada ao Planalto como alternativa para frear a ala do partido que quer uma reaproximação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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A ala que encampa a candidatura de Simone Tebet é encabeçada pelo presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), e pelo ex-presidente Michel Temer. Esse grupo passou a buscar uma alternativa para a legenda em 2022, depois que caciques do MDB no Nordeste passaram a compor alianças com Lula.

Integrantes do MDB admitem que a senadora passou a ser o nome mais viável, pois ela consegue compor com diversas alas dentro do partido e poderia formar unidade partidária por sua candidatura. Simone Tebet chegou a disputar a presidência do Senado no começo deste ano, mas acabou sendo abandonada pelo próprio partido, que acabou embarcando na candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) dias antes da votação.

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Agora, aliados de Simone Tebet afirmam que ela analisa com muita cautela as sondagens para concorrer a presidente da República. Uma definição só deve ocorrer em meados de agosto, quando o partido pretende apresentar um documento elaborado pela Fundação Ulysses Guimarães junto com outros especialistas para apresentar propostas para 2022 e que se intitulará “Ponto de Equilíbrio”.

Atualmente, o MDB se articula com outras legendas (como DEM, Solidariedade, PV, Podemos, PSL, Cidadania, PSDB e Novo) na busca de uma alternativa para a polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Até o momento, alguns dessas siglas já contam com pré-candidatos, como o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o apresentador José Luís Datena, recém-filiado ao PSL.

Apesar disso, lideranças desses partidos afirmam que o lançamento de vários pré-candidatos tem como objetivo buscar apoio e testar a popularidade deles com o eleitorado. Posteriormente, uma composição com aquele que tiver mais chances de crescer na disputa em 2022 não é descartada.

Questionada pela Gazeta do Povo, Simone Tebet desconversou sobre a possibilidade de candidatura. “Tenho certeza de que terá uma terceira via em 2022. E, seja quem for, eu estarei com ela”, afirmou a emedebista.

Em entrevista à rádio CBN Campo Grande na terça-feira (20), ela afirmou que, em princípio, será candidata à reeleição ao Senado. "Mas obviamente a gente não foge de responsabilidade, nunca fugi de responsabilidade", disse a parlamentar, que em seguida admitiu já ter tratado sobre a candidatura ao Planalto com Baleia Rossi e Michel Temer.

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Simone Tebet tem atuação de destaque na CPI da Covid

Apesar de não integrar o grupo de senadores titulares ou suplentes da CPI da Covid, a líder da bancada feminina do Senado, Simone Tebet, é uma das mais atuantes dentro do colegiado – senadores que não integram formalmente a comissão podem participar das audiências; apenas não têm direito a voto para decidir sobre requerimentos de convocação de testemunha, de quebras de sigilo, entre outros.

Foi através dos questionamentos da emedebista que o deputado Luís Miranda (DEM-RJ) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro citou o nome do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), sobre as supostas irregularidades no caso Covaxin.

Simone Tebet também foi responsável pela denúncia de que os documentos de importação da vacina indiana Covaxin apresentados pelo governo, em uma entrevista coletiva em 23 de junho, teriam sido adulterados. Ela apontou uma série de erros, como de inglês, para dizer que houve fraude e que esses documentos jamais deveriam ter tramitado no Ministério da Saúde.

Por causa da atuação de Simone Tebet na CPI, o MDB avalia que o melhor momento para lançar sua pré-candidatura à Presidência será após o encerramento das investigações.

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Senadora é considerada uma política de perfil conciliador

Apontada por colegas do Senado como conciliadora de conflitos, Simone Tebet compõe a ala do MDB que se diz independente ao governo Jair Bolsonaro. Outros nomes do partido, como o senador Fernando Bezerra (PE) e o senador Eduardo Gomes (TO), ocupam os cargos de lideranças do governo no Senado e Congresso, respectivamente.

Eleita senadora pela primeira vez em 2014, Simone Tebet presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerado o colegiado mais importante da Casa.

Antes de disputar a presidência do Senado no início deste ano, ela chegou a lançar candidatura ao comando da Casa em 2019 como contraponto ao seu colega de partido senador Renan Calheiros (AL), identificado como representante da "velha política". Mas a senadora acabou retirando seu nome da disputa para apoiar Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se elegeu.

Formada em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Simone cursou mestrado e doutorado na área. Sempre filiada ao MDB, Simone Tebet entrou na política em 2002, quando foi eleita deputada estadual no Mato Grosso do Sul. Em 2004, foi escolhida como prefeita de Três Lagoas, sua cidade natal. Ficou no cargo até 2010, quando renunciou para se candidatar a vice-governadora do estado na chapa (eleita) de André Puccinelli.

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Simone Tebet é filha de Ramez Tebet, que presidiu o Senado entre 2001 e 2003. Ele também foi ministro da Integração Nacional e governador do Mato Grosso do Sul. Ramez morreu em 2006.

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