As cidades de São Paulo e Brasília prometem ser os dois principais palcos das manifestações convocadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro para o 7 de setembro. Outros atos devem ocorrer de forma orgânica pelo país.
O movimento Nas Ruas, o principal organizador dos atos na capital paulista, promete não verbalizar a defesa de pautas como intervenção militar ou a defesa do impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em razão de decisões desfavoráveis a Bolsonaro.
Mas a tendência é que os movimentos respeitem a liberdade de expressão de convidados que usarem a palavra para se manifestar nos carros de som. O próprio Bolsonaro, que defende o impeachment de ministros do STF, deve marcar presença nos atos em Brasília, que ocorrerá no gramado da Esplanada dos Ministérios, e em São Paulo, na Avenida Paulista.
O que esperar das manifestações em Brasília
Em Brasília, são esperados manifestantes de ao menos outros 10 estados. O esquema de segurança na Esplanada dos Ministérios prevê a revista aos apoiadores de Bolsonaro para evitar armas brancas ou de fogo. O trânsito estará fechado no local para a ocupação das vias.
O evento ocorre pela manhã, com a previsão de Bolsonaro comparecer por volta das 10h, após participar de um ato solene referente ao Dia da Independência, no Palácio da Alvorada. São esperados manifestantes de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Tocantins, Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Os hotéis do centro da capital estão operando com quase 100% da capacidade até o dia 6 de setembro, véspera do feriado, e 80% no dia 7, segundo dados da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis do Distrito Federal (ABIH-DF) informados pelo site Metrópoles.
Líderes caminhoneiros estarão entre os manifestantes a marcar presença em Brasília. A pauta central deles será a defesa defesa da liberdade de expressão, o voto impresso auditável e a saída dos 11 ministros do STF.
O deputado Bibo Nunes (PSL-RS), vice-líder do partido na Câmara, acredita que a prisão do jornalista Wellington Macedo, após ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, pode levar mais pessoas às ruas. "Foi mais uma atitude provocativa do ministro Alexandre de Moraes. Ele está incentivando mais pessoas irem para as ruas contra ele e o STF ao mandar prender mais apoiadores de Bolsonaro", criticou o deputado que vai comparecer ao ato em Brasília.
O que esperar das manifestações em São Paulo
Em São Paulo, a expectativa é de que a Avenida Paulista reúna o maior número de manifestantes pró-governo. Bolsonaro mesmo disse que espera "uma fotografia para o mundo". Existe a expectativa de que o presidente da República participe do ato e faça uso da palavra. Além dele, foram convidados deputados federais, senadores, ministros e outras autoridades.
O ato na Paulista começa a partir das 14h e tem previsão de término às 17h. Autoridades responsáveis do governo de São Paulo foram comunicadas.
O coordenador do movimento Nas Ruas, Tomé Abduch, afirma que os atos manterão o mesmo tom das outras mobilizações da direita e, por isso, prevê manifestações "pacíficas, educadas, envolvendo a família brasileira, todos de verde e amarelo". "Sempre defendendo a democracia. Ninguém está indo para a rua defender nada que seja antidemocrático", declarou.
Diferentemente da manifestação de 1º de agosto, que aconteceu em 113 cidades, a tendência é que haja menos atos pelo país em 7 de setembro. Estes, porém, devem ser mais concentrados, segundo expectativa dos organizadores. O Nas Ruas informa em suas redes sociais que manifestantes de 56 cidades de outros estados estarão presentes na Avenida Paulista. Do estado de São Paulo, deve haver manifestantes de 101 cidades.
Manifestações em outras capitais
Além da Avenida Paulista e Brasília, são esperados atos em outras 10 capitais e ainda mobilizações orgânicas em outras cidades, segundo o porta-voz do Nas Ruas.
Estão previstas manifestações em: Manaus, em Ponta Negra, às 15h; em Salvador, no Farol da Barra, às 9h; em São Luís, na avenida Daniel de La Touche, às 9h; em Cuiabá, na Praça das Bandeiras, às 16h; em Belém, na avenida Presidente Vargas, às 8h30; em Curitiba, no Centro Cívico, às 14h; no Rio de Janeiro, no posto 5 da praia de Copacabana; em Porto Alegre, no Parcão, às 15h; em Aracaju, em uma carreta da Arcos da Orla até Praia Formosa, às 14h; e em Natal, na Praça Cívica, sem informação pelo Nas Ruas.
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