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Manifestações de rua serão realizadas neste 7 de setembro em cerca de 300 das 5.568 cidades do país – veja a programação nas capitais. Os atos têm como pauta a celebração do Bicentenário da Independência do Brasil e do patriotismo, a defesa das liberdades e de eleições transparentes e auditáveis, e o respeito às instituições. O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, deve participar dos atos de Brasília e do Rio de Janeiro – além de comparecer ao desfile oficial do 7 de setembro na capital federal.
Os coordenadores de movimentos de rua dizem que o objetivo é que os atos sejam uma "grande festa democrática". Não faz parte da pauta dos movimentos a defesa de uma agenda antidemocrática que pregue, por exemplo, uma ruptura institucional. Segundo eles, isso tem sido instruído nas redes sociais e em grupos de WhatsApp e Telegram dos movimentos.
Embora não seja uma pauta oficial, organizadores dos atos admitem que o apoio à reeleição de Bolsonaro será um tema abordado pelos manifestantes. Mas eles prometem tomar cuidado para não tornar as manifestações um ato de campanha – apesar de, em algumas cidades, estar sendo articulada a presença de "pixulecos", bonecos infláveis que caricaturam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ciente da pauta e do apoio por sua reeleição, Bolsonaro comparecerá e discursará em duas manifestações: em Brasília, pela manhã, e no Rio de Janeiro, à tarde. Da capital fluminense, ele também falará com os manifestantes presentes na Avenida Paulista, em São Paulo, por meio de uma ligação telefônica.
A fim de garantir a segurança dos manifestantes e de autoridades, os organizadores pediram às autoridades públicas o fortalecimento da segurança policial. Em Brasília, por exemplo, haverá snipers, equipes antibomba, monitoramento por vídeos e em redes sociais, além de restrições a drones.
Como será a participação de Bolsonaro nos atos de 7 de setembro
A agenda de Bolsonaro desta quarta-feira (7) prevê sua presença no desfile cívico-militar, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a partir das 9 horas. O desfile, que é um evento oficial realizado pelo governo, tem previsão para se encerrar às 11h30.
Após o desfile, o presidente seguirá para a concentração da manifestação de rua, que também será realizada na Esplanada dos Ministérios. Ele subirá em um dos trios elétricos dos atos e deve discursar.
"No fim da parada militar, o presidente vai falar no nosso trio, antes das 13h. Depois da fala dele, vamos desligar o trio e voltaremos às 13h, com o início da nossa manifestação popular", afirma o empresário Paulo Generoso, um dos organizadores dos atos do 7 de setembro e criador e coadministrador da página "República de Curitiba" na internet.
A fala de Bolsonaro será sucedida por uma oração feita por um pastor e um padre. Em seguida, o presidente deixará a Esplanada a caminho da Base Aérea de Brasília, onde decolará para o Rio de Janeiro.
Na chegada à capital fluminense, organizadores de movimentos de rua dizem que Bolsonaro seguirá em uma motociata até a cerimônia cívico-militar comemorativa dos 200 anos de Independência do Brasil na Avenida Atlântica, na altura da Avenida Rainha Elizabeth, em Copacabana. A expectativa é de que ele chegue ao desfile por volta das 15 horas e faça um discurso no local.
Após a participação no evento cívico-militar, a expectativa é de que Bolsonaro irá ao local onde estarão concentrados os movimentos de rua. Segundo organizadores, ele deve falar no mesmo trio que estiver o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. De lá, ele vai falar ao público na Avenida Paulista, em São Paulo, por meio de ligação telefônica ao ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo do estado.
O palanque onde Bolsonaro ficará no desfile cívico-militar é próximo onde ficarão os manifestantes. Os movimentos de rua estarão concentrados entre as ruas Xavier da Silveira até a Djalma Urich, na altura do posto 5 da praia de Copacabana a partir às 9 horas. A expectativa é que a manifestação comece às 11 horas, embora alguns grupos falam em iniciar às 10 horas.
O que esperar dos discursos de Bolsonaro em Brasília e no Rio
Os discursos de Bolsonaro são muito aguardados entre coordenadores eleitorais da campanha e organizadores dos movimentos de rua. A expectativa para este ano é de um tom firme nas palavras direcionadas a Lula, seu principal concorrente na eleição para presidente da República.
Sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro foi aconselhado por integrantes do núcleo político a evitar o tensionamento com magistrados da Corte. O objetivo é não causar prejuízos à sua própria campanha e desestimular um clima de enfrentamento nas ruas.
A pedido de organizadores dos atos e recomendação de conselheiros, Bolsonaro gravou um vídeo de convocação para as ruas em um tom de pacificação. "Neste 7 de setembro, eu convido as família brasileiras a irem às ruas para comemorar os 200 anos da nossa Independência. Em paz e harmonia, vamos saudar a nossa Independência", disse em uma inserção veiculada durante a propaganda eleitoral na última segunda-feira (5). "A festa é nossa, é do nosso Brasil, é da nossa bandeira verde e amarela."
Mas, nos últimos dias, duas decisões de ministros do STF causaram descontentamento em Bolsonaro, e menções e críticas a esses fatos podem estar nos pronunciamentos dele no 7 de setembro. Um desses fatos foi a autorização, dada por Alexandre de Moraes, de uma operação de busca e apreensão contra empresários acusados de defender um golpe de Estado em conversas de WhatsApp. E a outra decisão foi a suspensão de trechos dos decretos de armas por Edson Fachin – o ministro do STF argumentou em sua decisão que o objetivo da medida é garantir a segurança das eleições.
Nos últimos dias, o presidente já fez críticas a elas. No sábado (3), Bolsonaro falou de "canetada" de "vagabundo" ao se referir à decisão de Alexandre de Moraes. E, na segunda, após a decisão de Fachin, fez uma série de críticas ao que chamou de "ação autoritária". Bolsonaro disse que “abusos podem ser cometidos sob o pretexto de enfrentar abusos”.
Os comentários de Bolsonaro foram minimizados por seu núcleo político e por organizadores das manifestações, que não entendem como colocações desproporcionais ou ofensivas.
Quem mais participará dos atos de 7 de setembro
Além do presidente da República, outros candidatos devem comparecer aos atos de 7 de setembro em todo o país. Um deles é o general Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro, que estará em Brasília pela manhã e à tarde no Rio de Janeiro.
Em Brasília, a expectativa é de que subam com Bolsonaro no trio elétrico Tarcísio de Freitas, que embarcará para São Paulo após o ato; a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos), candidata ao Senado pelo Distrito Federal; e a deputada federal Bia Kicis (PL-DF), candidata à reeleição.
Em São Paulo, no Rio de Janeiro e nas demais capitais e grandes cidades, a expectativa é de presença de outros candidatos da base política de Bolsonaro. Para muitos postulantes a cargos proporcionais e majoritários, é uma oportunidade para fortalecer a candidatura e o apoio à chapa presidencial.
Também é possível ocorrer, em Brasília ou no Rio, um pronunciamento do empresário Luciano Hang, um dos investigados pela decisão do ministro Alexandre de Moraes. Ele confirmou presença nos dois atos. "Vai ficar a critério do presidente dar tempo de fala aos aliados", diz Paulo Generoso, um dos coordenadores dos atos de 7 de setembro.
Na manifestação em Brasília, também vão marcar presença alguns líderes de caminhoneiros autônomos e produtores rurais. Empresários de outros setores produtivos também foram convidados – inclusive para subir em alguns dos trios elétricos.
Também são esperados nos atos populares artistas que apoiam Bolsonaro. Em Brasília, estão confirmadas as presenças dos cantores Sérgio Reis e Eduardo Araújo.
Agenda das manifestações de 7 de setembro nas capitais
A previsão dos organizadores é de que haja manifestações de 7 de setembro em pelo menos 300 cidades. Confira abaixo a programação nas capitais:
REGIÃO SUDESTE
Rio de Janeiro: Avenida Atlântica, às 10h
São Paulo: Avenida Paulista, às 14h
Belo Horizonte: Praça da Liberdade, às 10h
Vitória: Praça do Papa, às 12h
REGIÃO SUL
Curitiba: Centro Cívico, Praça Nossa Senhora de Salete, às 14h
Florianópolis: Avenida Beira Mar, às 10h
Porto Alegre: Parcão, às 14h
REGIÃO CENTRO-OESTE
Brasília: gramado central da Esplanada dos Ministérios, às 13h
Campo Grande: Altos da Avenida Afonso Pena, às 15h
Cuiabá: Praça das Bandeiras, às 15h
Goiânia: Parque Vaca Brava, às 16h
REGIÃO NORDESTE
Aracaju: Calçadão da Praia Formosa, às 14h
Fortaleza: Carreata da Arena Castelão à Praça Portugal, às 14h
Maceió: Praça Vera Arruda, às 9h
Natal: Praça Cívica, às 15h
Recife: em frente à Padaria Boa Viagem, às 14h
Salvador: Farol da Barra, às 9h
São Luís: em frente à unidade da Havan, às 9h
João Pessoa: coordenadores organizam caravanas para Brasília. Teresina: Balão ao Texano sentido Ponte Estaiada, às 10h.
REGIÃO NORTE
Porto Velho: Espaço Alternativo, às 10h.
Existe a previsão de atos em Manaus, Macapá e Belém. Porém, até a publicação da reportagem, os organizadores não informaram os horários e locais dos atos. Não há informações sobre atos em Boa Vista, Palmas e Rio Branco.