Vala comum do campo de concentração Bergen-belsen| Foto: Wikimedia Commons
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A Confederação Israelita do Brasil (Conib) e o Instituto Brasil-Israel afirmaram neste domingo (18) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva banalizou o Holocausto ao declarar que as ações de Israel contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza são semelhantes ao Holocausto, perpetrado pelo ditador alemão Adolf Hitler contra os judeus.

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As declarações de Lula foram feitas neste domingo, na Etiópia, durante entrevista a jornalistas no encerramento de viagem oficial à África. Ao criticar o corte de verbas dos países ricos para a Agência da ONU que oferece apoio à palestina, Lula afirmou que “o que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.

A Conib manifestou repúdio às declarações de Lula e ainda afirmou que tal posicionamento é o abandono da “tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira”. Em nota aberta divulgada em seu site, ainda afirmou que “os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus”.

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Em contrapartida, afirma que Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, “matou mais de 1.000 pessoas, promoveu estupros em massa” e “queimou pessoas vivas”. Ao concluir, a Conib pede moderação aos dirigentes brasileiros, “para que a trágica violência naquela região não seja importada para o nosso país”.

O Instituto Brasil-Israel também repudiou a comparação feita por Lula, na qual “invoca a ideia de que judeus são os nazistas do presente, fomentando ainda mais o antissemitismo”. O Instituto afirmou que a fala do mandatário é um “erro grosseiro que inflama tensões, e mina a credibilidade do governo brasileiro como interlocutor pela paz”.

A entidade também explica que o genocídio nazista foi um plano em escala “industrial” para o extermínio dos judeus na Europa, com base em uma ideologia de “superioridade racial e antissemitismo”, e destaca que não há paralelo histórico que possa ser feito entre o Holocausto e a guerra que Israel trava contra o Hamas.

De acordo com o Instituto, a fala de Lula é absurda, pois desrespeita e ignora que no Estado de Israel habitam milhares de sobreviventes do Holocausto e seus descendentes. “O Brasil firmou compromissos internacionais para a preservação da memória do Holocausto e historicamente defendeu a luta contra sua banalização. Essa deve continuar a ser a posição brasileira”, afirmou em nota.

No discurso em que fez as declarações comparando Israel à Hitler, Lula ainda afirmou que irá aumentar os repasses financeiros para a Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês). O mandatário criticou a suspensão da ajuda financeira das nações ricas ao órgão desde que o governo de Israel acusou 12 funcionários da Agência de colaborarem com os ataques do Hamas de 7 de outubro, que deram início ao conflito.

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Veja a íntegra das notas:

Instituto Brasil-Israel

“A comparação da tragédia em Gaza com o Holocausto nazista, feita por Lula neste domingo (18), é um erro grosseiro que inflama tensões, e mina a credibilidade do governo brasileiro como um interlocutor pela paz. O genocídio nazista foi um plano de exterminar, em escala industrial, toda a presença judaica na Europa, sob uma ideologia de superioridade racial e antissemitismo.

Não há paralelo histórico a ser feito com a guerra em reação aos ataques do Hamas, por mais revoltantes e dolorosas que sejam as mortes de dezenas de milhares de palestinos, entre eles mulheres e crianças, além dos cerca de 1.200 mortos israelenses e as centenas de civis que permanecem sequestrados em Gaza. A fala de Lula banaliza o Holocausto e ganha contornos ainda mais absurdos em um desrespeito flagrante à presença em Israel hoje de milhares de sobreviventes da barbárie nazista e seus descendentes.

É problemática também na medida em que invoca a ideia de que os judeus são ‘os nazistas do presente’, o que acaba por fomentar o antissemitismo.

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O Brasil firmou compromissos internacionais para a preservação da memória do Holocausto e historicamente defendeu a luta contra sua banalização. Essa deve continuar a ser a posição brasileira.”

Conib:

“A Conib repudia as declarações infundadas do presidente Lula comparando o Holocausto à ação de defesa do Estado de Israel contra o grupo terrorista Hamas. Os nazistas exterminaram seis milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus.

Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de Fundação a eliminação do Estado Judeu. Esse cemitério perverso da realidade ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes.

O governo brasileiro vem adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira. A CONIB pede mais uma vez moderação aos dirigentes, para que a trágica violência naquela região não seja importada para o nosso país”.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]