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Presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, pode decidir pela devolução ou não da MP do governo.
Presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, pode decidir pela devolução ou não da MP do governo.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Confederações de setores da economia pedem ao presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, que devolva ao governo a medida provisória, publicada pelo presidente Lula no dia 29 de dezembro, que trata da reoneração da folha salarial de 17 setores da economia.

A medida provisória tem vigência imediata, mas o governo estipulou o prazo de 90 dias para que as empresas possam se programar para pagar os novos valores. O texto também precisa ser analisado pelo Congresso, o que deve ocorrer na volta do recesso parlamentar, a partir de fevereiro.

O pedido de devolução foi feito por meio de uma nota assinada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Confederação Nacional do Transporte (CNT).

As entidades informaram que receberam com “surpresa e inconformismo” as medidas de aumento de tributação, e apontaram que o setor público precisa “dar sua contribuição” para o ajuste fiscal. Eles criticaram a medida alegando que o texto foi feito "sem diálogo prévio com as entidades e em oposição a posições recentemente tomadas pelo Congresso Nacional".

"O setor produtivo entende a importância de se buscar o ajuste das contas públicas para que a economia possa crescer de forma sustentada. No entanto, o que temos observado é o aumento das despesas do setor público e a busca do equilíbrio fiscal com o aumento contínuo da receita", explica as confederações.

Segundo as entidades, "a reoneração da folha de pagamentos aumenta o custo de empregar no Brasil e prejudica ainda mais a competitividade da indústria e do comércio que enfrentam concorrência desigual com as importações".

Na nota, as entidades pedem que o próprio governo reconsidere o envio da MP 1202, ou que o presidente do Congresso Nacional possa devolver a medida provisória. "A MP é considerada equivocada ao aumentar o ônus tributário do setor produtivo, principal gerador de riquezas e empregos que levam ao desenvolvimento econômico e social sustentável", reforçam.

O presidente do Senado recebeu a MP com "estranheza" e afirmou que só decidirá sobre uma eventual devolução da proposta após se reunir com os líderes partidários nos próximos dias.

A devolução de uma MP está fundamentada no regimento do Senado, levando em conta os aspectos constitucionais de urgência e de relevância da MP e dando ao presidente do Congresso a prerrogativa de devolver proposições consideradas por ele impróprias. Ao rechaçar a sua tramitação, a medida enviada pelo governo sequer precisaria ser votada no plenário das duas Casas Legislativas em votações. A devolução representaria na prática uma espécie de anulação direta da medida de Lula por Pacheco.

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