Congressistas ligados ao agronegócio defenderam a reforma agrária e criticaram a atuação do Movimento Sem-Terra (MST) no governo Lula. Uma das sugestões feitas ao movimento é para “modernização” do grupo invasor, que é conhecido pelo uso de táticas terroristas.
O setor do agronegócio tem desempenhado um papel histórico de oposição ao MST, movimento historicamente ligado a Lula e ao PT que comemorou 40 anos de existência esta semana.
Ao conceder entrevista à Folha de São Paulo, nesta quarta-feira (24), a senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), destacou que caráter criminoso das invasões do MST e disse que o grupo deveria se reinventar para focar na melhoria das condições de vida dos assentados.
“Eu acho que o MST tinha que mudar o seu foco, tem que se modernizar, se reinventar fazendo com que esses assentamentos sejam produtivos. Invasão de terra é crime, nossa Constituição diz que a propriedade privada é sagrada, é uma das cláusulas pétreas [...] O que o MST agora tem que fazer é exigir que sejam tituladas as terras para aqueles assentados, ou eles querem continuar com essas pessoas tuteladas pelo movimento? Nós queríamos pessoas que estivessem na terra, mas que fossem donas do seu negócio, que pudessem ter dignidade e é isso que o título traz para a grande maioria", disse a senadora.
Já o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado Pedro Lupion (PP-PR), disse que o MST “nunca pensou em reforma agrária, só em crescimento político”.
"Não tem nada que comemorar [pelos 40 anos], é um movimento criminoso, baderneiro, que tem um interesse único e exclusivamente político, que nunca pensou em reforma agrária, só em crescimento político e dominação de uma população que precisa de terra. Infelizmente, uma vergonha para o Brasil", afirmou o parlamentar à Folha.
Também crítico às invasões, o ex-presidente da FPA, o deputado Sergio Souza (MDB-PR), reforçou que a Frente Parlamentar é favorável à reforma agrária.
"Nós não somos contra a reforma agrária, muito pelo contrário, a reforma agrária é benéfica ao país, é justa, deve ser feita. O que nós não concordamos é com a invasão de propriedade", disse Souza.
O deputado federal Lucio Mosquini (MDB-RO), responsável pela comissão de Direito de Propriedade da FPA, disse que o MST não é um movimento de reivindicação da reforma agrária.
"O maior pecado do MST é justamente o objeto social da entidade, que é invasão de terras particulares, produtivas, propriedades privadas. Se eles fossem um movimento de reivindicação de terras, da reforma agrária, de uma área de terra para eles trabalharem, eu não teria essa visão”, afirmou o deputado.
Esta semana, o líder nacional do MST, João Pedro Stédile, previu que o ano de 2024 deve ter um aumento nas invasões de propriedades privadas.
A declaração é uma continuidade às ocupações já previstas ao longo de todo 2023 em que o MST cobrava por mais agilidade na liberação de recursos para a reforma agrária.
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