O governo federal pagará dívidas de R$ 1,815 bilhão com a Organização das Nações Unidas (ONU) e com o banco do Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) até o fim do ano.
Por outro lado, deixará de honrar compromissos com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Corporação Interamericana de Investimentos (BID Invest), Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), e Agência Internacional de Desenvolvimento (AID).
Segundo a reportagem apurou, não há previsão orçamentária para fazer o pagamento a esses organismos internacionais em 2019, o que inviabiliza o repasse. Para a ONU e o banco do Brics, no entanto, o pagamento foi autorizado após a aprovação, na noite de terça-feira, de um projeto de lei que altera o Orçamento deste ano pelo Congresso Nacional. A equipe econômica aguarda apenas a sanção do presidente Jair Bolsonaro para repassar os recursos.
O não pagamento à ONU poderia fazer com que o Brasil, pela primeira vez, perdesse o direito a voto no órgão a partir de 1.º de janeiro. O projeto aprovado reserva R$ 549 milhões para a contribuição às Nações Unidas. A dívida atualizada em 21 de novembro com a entidade soma US$ 415,9 milhões, dos quais US$ 143 milhões tratam de orçamento regular e, o restante, compromissos com missões de paz e tribunais internacionais.
Já para o banco do Brics, o projeto prevê a destinação de R$ 1 266 bilhão para integralização de cotas de capital. Na criação da instituição financeira, em 2014, os países acordaram em aportar, cada um, US$ 10 bilhões até 2021. Neste ano, o Brasil tem de pagar cerca de US$ 300 milhões.
O projeto aprovado na noite de terça-feira abre um crédito extra de R$ 9,6 bilhões para a União. Além dos organismos internacionais, os recursos serão destinados também para despesas como fortalecimento da agricultura familiar, educação, saúde e desenvolvimento regional.
Sem dinheiro
Segundo a reportagem apurou, o país deixará de pagar para o CAF US$ 45 milhões, para o BID Invest US$ 27,6 milhões, para o Fonplata US$ 27,6 milhões e para a AID R$ 43,2 milhões. Como mostrou reportagem no início do mês, a necessidade de pagamento a esses órgãos e à ONU foi objeto de discussão no governo e é considerada urgente.
Em nota técnica obtida, o Ministério da Economia afirma que, com o não pagamento ao CAF, a exposição do banco a países como Venezuela e Argentina, atualmente em crise econômica, faz com que a dívida brasileira da parcela de 2019 aumente as chances de rebaixamento da nota da instituição pelas agências classificadoras de risco internacionais. O Brasil é membro do banco desde 1995 e detém 8,9% de seu capital.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF