O senador Davi Alcolubre (União-AP), que presidiu o Senado durante parte do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e está à frente da Comissão de Constrituição e Justiça (CCJ), vê que a relação com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é de um diálogo maior, mas que nem tudo passa com a facilidade que ele deseja, já que a atual composição do Congresso é de centro-direita.
De acordo com ele, a base governista no Senado é algo em torno de 45 votos, mas que a oposição pode se juntar para votar a favor e somar mais 25 votos. “E tem 10, 15 senadores aí meio que definindo, sendo [o grupo] fiel da balança”, disse Alcolumbre em entrevista à Folha de São Paulo publicada nesta segunda (30).
Davi Alcolumbre afirmou que tanto a oposição como o grupo “fiel da balança” vota de acordo com o projeto enviado, mas negou que haja uma negociação para o pagamento de emendas parlamentares para cada nova proposta.
“Não [é toma lá dá cá], é composição. A gente não pode esquecer que a proposta vitoriosa nas eleições foi por 51% a 49% [dos votos]”, afirmou ressaltando que concorda com o governo por uma coalizão de partidos, em uma construção “com mais intensidade do que nós vivemos no governo passado”.
O senador, que atualmente preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que avalia se um projeto é viável ou não, negou que tenha restrições a alguns projetos enviados pelo governo, e que acabou ganhando a alcunha de que está sempre pressionando o Planalto.
Entre os projetos que o governo foi derrotado estão o Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas – que foi aprovado no Senado e vetado por Lula – e a PEC do Plasma. “Quando a CCJ começa a trabalhar, a crítica é que eu estou atrapalhando o governo. Esse é o dilema grande de quem tem que decidir as coisas. Eu vivo isso na CCJ e tenho certeza que o presidente Arthur Lira vive isso na Câmara, o presidente Rodrigo Pacheco vive isso no Senado”, disse.
“Se eu colocar para votar na CCJ as prioridades dos líderes, precisa de quatro Brasis para pagar a conta. Estou ajudando os brasileiros e ajudando o Brasil sem pautar coisas que não é nem o governo que não quer, é o Brasil que não resiste”, afirmou o senador.
Por outro lado, Davi Alcolumbre reconhece que o governo não conta com a totalidade do União Brasil, que aderiu à base com três ministérios e tem, junto de outros partidos do Centrão, pedido mais espaço nas indicações políticas do governo.
“A União Brasil é um partido de centro-direita. Dos 59 deputados, tem uma conta que pelo menos 15 já anunciaram que não votam com o governo. Você passa a ter um partido de 45”, ressaltou.
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