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A Confederação Israelita do Brasil (Conib) protocolou uma ação na Justiça de São Paulo pedindo a suspensão das contas do jornalista e militante esquerdista, Breno Altman, nas redes sociais por causa de publicações em que, segundo a Conib, Altman tem “incitado a violência” contra judeus.
O jornalista já havia sido notificado, em novembro do ano passado, no âmbito de outra ação protocolada pela Conib na 16ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), para excluir uma série de publicações em suas redes sociais por “injúria ou até eventual calúnia” contra o povo judeu.
Na ação protocolada pela Conib no dia 11 de janeiro de 2024, a entidade alega que, mesmo depois da decisão judicial de novembro, Altman continuou com as postagens ofensivas aos judeus e, portanto, desrespeitou a Justiça.
A Conib também pede que Altman seja impedido, sob pena de prisão, de participar de lives, vídeos ou manifestações que tenham "o mesmo cunho e objetivo de intolerância e de incitação à violência".
"Diante da urgência da situação, clama-se pelo acolhimento do ora pretendido, visando proibir que o requerido continue a incitar violência em suas redes sociais e em suas entrevistas [...] Entretanto —mesmo havendo decisão judicial cível impondo que cesse seus ataques— o indigitado acusado somente aumentou seu tom de agressividade, sugestionando que os judeus ou sionistas devem ser tratados como inimigos da humanidade", diz um trecho da denúncia.
O jornalista tem sido alvo de críticas nas redes sociais por defender os atos terroristas do Hamas contra Israel. Além de participar de atos pró-Hamas, Altman tem acusado Israel de “racismo” e “antissemitismo”.
Altman começou a chamar atenção nas redes sociais por comemorar a entrada do Hezbollah na guerra contra Israel e por comparar judeus a ratos logo após a deflagração do conflito.
Ao comentar a nova ação da Conib, Altman disse que a entidade é “defensora do genocídio e da censura”, além de ser “inimiga da democracia”.
“Mais uma vez a Confederação Israelita do Brasil recorre a demandas judiciais para impedir meu direito constitucional à expressão e à opinião. Como parte da estratégia mundial das forças sionistas, a principal agência do Estado de Israel em nosso território utiliza vultosos recursos financeiros e organizacionais para levar adiante seus métodos de lawfare, com o intuito de calar a crítica e a denúncia do massacre contra o povo palestino”, escreveu o jornalista na rede social X.
“Sou judeu, de uma família com muitas vítimas no Holocausto. Meu pai e meu avô, antissionistas como eu, foram importantes dirigentes da comunidade judaica, liderando instituições de grande prestígio e memória do povo judeu, como a Escola Scholem Aleichem e a Casa do Povo. Apontar-me como antissemita é acusação falsa, sórdida e injuriosa” disse Altman em outro trecho da publicação.
Breno Altman é filho do advogado e também jornalista, Max Altman, falecido em 2016. Polonês de origem judaica, Max foi filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Segundo Breno, seu pai “dedicou sua existência à luta pelo socialismo, à revolução proletária e à solidariedade anti-imperialista”.