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Guerra no Oriente Médio

Conselho de Segurança não chega a consenso sobre Israel; resolução do Brasil é adiada

Reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas durante a reunião desta segunda-feira (16). (Foto: UN Photo/Evan Schneider.)

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O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não chegou a um consenso nesta segunda-feira (16) sobre a guerra entre Israel e Hamas. O conselho rejeitou a resolução proposta pela Rússia que pedia cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Foram 5 votos a favor, 4 contra e 6 abstenções. Já a proposta de resolução apresentada pelo Brasil, que preside o conselho, foi adiada para os próximos dias. A expectativa é de que o texto seja analisado nesta terça-feira (17).

Para uma resolução ser aprovada no Conselho de Segurança são necessários nove votos favoráveis entre os 15 membros. Além disso, nenhum dos cinco membros permanentes – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França – podem votar negativamente, pois eles têm poder de veto. O texto russo defendia um cessar-fogo imediato, mas sem citar nominalmente o Hamas. O conflito teve início no último dia 7 após uma série de ataques do grupo extremista ao território israelense.

A proposta russa foi criticada por outros membros do conselho, como os Estados Unidos e o Reino Unido. O Brasil se absteve durante a votação do projeto russo. Mais cedo, a reunião chegou a ser suspensa logo após o início na noite desta segunda-feira (16) após um pedido dos Emirados Árabes Unidos para que os membros realizassem consultas diplomáticas entre eles a portas fechadas.

"O documento inicial proposto pela diplomacia brasileira destaca a importância de proteger civis e garantir acesso humanitário em meio à escalada de violência na região do Oriente Médio. Além disso, o rascunho pede a revogação imediata da ordem de evacuação das áreas ao norte da Faixa de Gaza e a criação de pausas humanitárias para permitir o acesso seguro e ininterrupto de ajuda humanitária", informou a ONU, em nota.

A proposta brasileira enfatiza a necessidade de fornecer bens e serviços essenciais, como eletricidade, água, alimentos e suprimentos médicos, para garantir a sobrevivência da população civil e destaca a importância da proteção de instalações da ONU e de profissionais de saúde em conformidade com o direito internacional humanitário.

"O documento sugerido pelo Brasil condena os ataques do Hamas, incluindo o sequestro de reféns civis, pedindo a libertação imediata e incondicional dessas pessoas, com garantias de sua segurança e tratamento humano. A resolução também enfatiza a necessidade de evitar que o conflito se espalhe pela região e pede moderação", diz o comunicado.

Representantes da Palestina e de Israel se manifestaram durante reunião

"Israel matou, até agora, três mil palestinos, a maioria deles civis. Mais da metade deles são mulheres e crianças, mais de mil crianças palestinas foram mortas, eu repito: mais de mil crianças palestinas foram mortas até agora nesse ataque", disse o representante da Palestina na ONU, Riyad Mansour. Ele questionou os motivos que levaram o conselho a não pedir um cessar-fogo.

"Qualquer novo adiamento vai condenar mais pessoas a morte certo. Vocês sabem o que deveria ter o apoio de vocês: o primado da lei internacional, dos direitos humanos, da justiça e da paz para que nenhum palestino e nenhum israelense sejam mortos, para que nosso povo possa finamente viver em liberdade e dignidade na sua terra ancestral e que dois Estados: Palestina e Israel possam viver lado a lado em paz e segurança", afirmou.

O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, defendeu que há semana houve uma nova tentativa de "genocídio judeu". "Cada integrante do Conselho deveria entender que o Hamas é guiado por uma ideologia que não é diferente dos nazistas", disse. Erdan ressaltou que o Hamas "tem um plano de ação" e "não vai parar até que Israel seja destruída".

Segundo Erdan, cerca de 200 pessoas foram sequestradas pelo Hamas. "Proporcionalmente essa atrocidade é 15 vezes maior do que o 11 de setembro", disse o embaixador sobre os mortos nos ataques do grupo extremistas. "Só há uma solução para curar esse câncer que a eliminação de cada célula cancerosa", acrescentou. O embaixador israelense questionou o conselho por ainda não ter classificado o Hamas como um grupo terrorista.

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