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Após a aprovação de Flávio Dino no Senado para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que a partir de agora “conservador será tratado pior do que traficante”.
A declaração é uma referência a uma fala recente em que Dino diz que bolsonaristas são mais perigosos do que traficantes de drogas.
“Aqueles que pensavam que estávamos vivendo uma turbulência passageira agora terão que acordar para a tensão permanente. Não haverá espaço sequer para pontuais ‘críticas construtivas’, seja você isentão ou esquerdista inclusive. Conservador será tratado pior do que traficante, pois o próprio novo iluminado já disse isso. Passamos dos tempos estranhos para a perseguição ultra oficial”, escreveu Eduardo na rede social X, nesta quinta-feira (14).
Na mesma publicação, o parlamentar destacou a votação dada pelos senadores em favor da ida de Dino para o STF e a “anuência de boa parte da imprensa” à indicação feita pelo presidente Lula (PT).
“Que o povo jamais esqueça que Lula, o PT e 47 senadores fizeram isso com o Brasil. Tudo isso com a anuência de boa parte da imprensa e de isentões. Que, na hora decisiva, contribuíram para este circo enquanto fingiam decência (a exemplo de seu maior representante, flagrado ontem neste comportamento deprimente). Um dia a conta chegará para todos, infelizmente”, disse.
Com a expressão "maior representante" dos "isentões", Eduardo faz referência ao senador Sergio Moro (União-PR), que foi fotografado em momento amistoso com Dino durante a sabatina.
“Da nossa parte, seguiremos lutando com todas as forças. E acreditando nos valores cristãos, que jamais serão derrotados pelo comunismo. Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”, concluiu Eduardo.
Durante a sabatina, realizada nesta quarta-feira (13), Flávio Dino evitou em duas ocasiões responder questionamentos do líder da oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL-RN), sobre eventual declaração de impedimento em relação a julgamentos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Dino também já se referiu a Bolsonaro (PL) como “demônio” e “serial killer”.
No STF, Dino herdará 344 ações que estavam sob a análise da ministra Rosa Weber, que se aposentou no final do mês de setembro.
De acordo com informações do STF, os processos são relativos a temas espinhosos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a criminalização do aborto, a gestão da pandemia da Covid-19, entre outros.
Entre os relativos ao ex-presidente, estão três que devem provocar discussões e longos votos, como as medidas tomadas por ele durante a pandemia da Covid-19, o indulto natalino a pessoas condenadas por crime com pena de até cinco anos de prisão e suposto assédio contra jornalistas.