Em meio à pandemia do novo coronavírus, as contas do governo federal tiveram mais um rombo histórico. O governo central registrou déficit primário de R$ 126,6 bilhões em maio deste ano. Isso quer dizer que as despesas superaram as receitas em R$ 126,6 bilhões, sem contar os juros da dívida.
É o pior resultado para um mês em toda a série histórica, iniciada em 1997. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Tesouro Nacional.
"O déficit de maio é explicado, principalmente, pela redução significativa na arrecadação, combinada com o aumento nas despesas do Poder Executivo decorrentes de medidas de combate à crise Covid-19 bem como da antecipação do pagamento do 13º de aposentados e pensionistas do RGPS", diz o Tesouro em nota técnica.
Segundo o Tesouro, a redução significativa na arrecadação é explicada, principalmente, pela postergação de pagamentos de impostos, implantada pelo governo para aliviar o caixa das empresas neste primeiro semestre. Só com os diferimentos o governo deixou de arrecadar R$ 32,3 bilhões em maio.
Já os gastos relacionados ao coronavírus somaram R$ 53,4 bilhões no mês de maio, aumentando expressivamente o déficit do governo. Foram R$ 41,1 bilhões para pagamento do auxílio emergencial, R$ 6,5 bilhões para quem teve salário reduzido (BEm) e R$ 4,4 bilhões para despesas adicionais do Ministério da Saúde e outras pastas.
Também influenciou o resultado de maio os R$ 26,2 bilhões com benefícios previdenciários devido, principalmente, à antecipação do 13º de aposentados e pensionistas.
Economia sente os efeitos do coronavírus desde abril
Desde abril, as contas públicas têm sentido os efeitos da pandemia do novo coronavírus. Em abril, o déficit primário do governo central foi de R$ 92,9 bilhões.
Os meses de abril, maio e junho devem ser os piores em termos de resultado fiscal, segundo o Tesouro. São meses em que o governo está tendo diversos gastos extras para bancar as ações contra a Covid-19 e também queda expressiva na arrecadação em virtude da paralisação da economia e diferimento de impostos.
Só os gastos extras para reduzir os efeitos do coronavírus sobre a economia devem piorar o resultado das contas públicas em R$ 404,2 bilhões neste ano, número que não inclui ainda a prorrogação do auxílio emergencial e eventuais outras medidas que ainda podem ser anunciadas pelo governo.
Rombo no ano deve superar R$ 800 bilhões
Com o número de maio, as contas públicas já registram déficit de R$ 222,5 bilhões ano, ante um déficit de R$ 17,5 bilhões no mesmo período de 2019 (termos nominais).
A expectativa é que o déficit primário do governo central chegue a R$ 850 bilhões no ano, o equivalente a 11,5% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o secretário demissionário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Esse cálculo considera a prorrogação do auxílio tanto para a proposta estudada pelo governo, de renovação em três parcelas decrescentes de R$ 500, R$ 400 e R$ 300, tanto a defendida pelo Congresso, de mais duas parcelas de R$ 600 cada.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião