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O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou em coletiva nesta terça-feira (28) que a situação do coronavírus teve um agravamento relevante nos últimos dias. Segundo ele, o crescimento na curva de expansão registrado nos últimos dias evidencia que o problema se tornou mais grave.
"Há alguns dias atrás eu coloquei que isso poderia ser um acúmulo de casos de dias anteriores, que foi simplesmente resgatado, mas como a gente tem uma manutenção desses números elevados e crescentes, a gente tem que abordar isso como um problema, com uma curva que vem crescendo com o agravamento da situação", afirmou Teich.
O ministro diz que o agravamento da situação está sendo puxado especialmente pelos lugares onde a crise é maior, como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Amazonas.
A coletiva técnica da terça foi bem mais curta do que o usual: durou somente 15 minutos. Na quarta-feira (29), Teich participará de uma audiência pública no Senado, e a coletiva não ocorrerá.
Nesta terça-feira (28), o país registrou mais 474 mortes pelo novo coronavírus, chegando a 5.017 mortes pela Covid-19 e 71.886 casos confirmados. Com esses números, o Brasil entrou na lista dos dez países com mais mortes confirmadas pela doença.
Ministro se aproxima de governadores para abordar crise do coronavírus
Para cumprir seu plano de abordar a crise do coronavírus de forma regionalizada, Teich está fazendo reuniões por videoconferência com governadores dos estados do Brasil. Nesta terça-feira, a reunião foi com governadores da região Norte. Na quarta-feira, haverá uma reunião com o Sul e o Nordeste. Na quinta, com Sudeste e Centro-Oeste.
"A gente está se aproximando dos governadores. É uma situação difícil, porque a gente sabe quão difícil está sendo conseguir recursos como respiradores e EPIs [equipamentos de proteção individual] no mundo", afirmou o ministro.
Respiradores são a maior necessidade
A necessidade de respiradores voltou a ganhar destaque durante a coletiva. Para Teich, a falta de respiradores talvez seja o principal problema do Brasil no enfrentamento da crise.
“A gente teve uma chegada muito grande de EPI, mas o respirador talvez seja o grande problema. Isso não é um problema brasileiro, é um problema mundial. A gente concorre com o mundo inteiro. Isso realmente tem dificultado toda a ação de estruturar o sistema de saúde para atender”, disse.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson de Oliveira, a necessidade de respiradores deverá ser maior quanto mais próximos estivermos do inverno.
“A transição do outono para o inverno é o período em que os vírus respiratórios circulam com maior intensidade. Então não é somente o Covid. Nós temos Covid, influenza e outros vírus. É natural que tenhamos uma intensidade, um aumento do número de casos de internações por causas respiratórias”, afirmou Oliveira.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a pasta já está buscando soluções para esse problema, por meio de uma parceria com quatro grandes empresas.
“A partir de amanhã, nós estamos distribuindo em torno de 185 respiradores para aqueles estados e municípios mais afetados. Estamos distribuindo também kits de EPI para os estados mais complicados também. E estamos contratando recursos humanos pelo Ministério da Saúde para reforçar as equipes de saúde que estão combatendo nos estados e municípios, também”, disse Pazuello.