O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (20) o novo protocolo para uso da cloroquina no Brasil. Agora, o medicamento passa a ser recomendado para pacientes nos estágios iniciais da infecção por coronavírus, e em dosagens mais baixas. Nesta terça-feira (19), o Brasil bateu recorde de mortes e novos casos registrados em 24 horas: foram 1.179 novos óbitos e 17.408 novos infectados.
A liberação da substância sempre foi defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e as divergências de entendimento sobre seu uso foram fundamentais para a demissão dos dois últimos ministros da Saúde, os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
O novo protocolo para uso da cloroquina oficializa o uso do medicamento no tratamento do coronavírus na rede pública para pacientes com quadros leves. Antes, a Saúde apenas recomendava a prescrição da cloroquina para casos graves, em que o paciente está internado, e com doses diárias de até 900 mg.
Apesar de orientar o uso do medicamento, o ministério admite que não há estudos que "comprovem o benefício inequívoco dessas medicações no tratamento da Covid-19". "Assim, fica a critério do médico a prescrição, sendo necessária também a vontade declarada do paciente".
Em conjunto com o protocolo, a pasta divulgou um novo termo de ciência e consentimento, que deve ser assinado pelo médico e pelo paciente para que o medicamento possa ser utilizado.
Para ser válido, o protocolo da Saúde precisava da assinatura de um responsável técnico, um médico e pelo ministro da Saúde, o interino general Eduardo Pazuello. O documento divulgado pelo Ministério da Saúde, entretanto, não tem nenhuma assinatura.
Na noite de ontem, durante transmissão nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre o novo protocolo da cloroquina. Ao falar sobre o tema, disse: "Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda, Tubaína".
Hoje de manhã, o presidente publicou nas redes sociais hoje uma mensagem sobre as 1.179 mortes em 24 horas pela Covid-19. "Dias difíceis. Lamentamos os que nos deixaram", escreveu.
Enem será adiado por causa do coronavírus
O Ministério da Educação anunciou o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Segundo a pasta, a prova será adiada de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais.
“Para tanto, o Inep promoverá uma enquete direcionada aos inscritos do Enem 2020, a ser realizada em junho, por meio da Página do Participante. As inscrições para o exame seguem abertas até as 23h59 desta sexta-feira, 22 de maio”, afirmou o Ministério da Educação.
Nesta terça-feira, o Senado aprovou o projeto que prevê o adiamento do Enem em caso de calamidades públicas, como a atual pandemia do novo coronavírus. 75 senadores votaram a favor da postergação do exame e apenas um foi contra. A medida agora será apreciada pela Câmara dos Deputados já nesta quarta-feira (20).
Mais mudanças no governo
A atriz Regina Duarte vai deixar o comando da secretaria de Cultura do governo Jair Bolsonaro. O próprio presidente confirmou a saída da atriz, em vídeo publicado no Twitter na manhã de hoje.
“Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em SP. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias", escreveu o presidente.
Bolsonaro convidou o ator Mário Frias para substituir Regina Duarte na Secretaria Especial da Cultura. O convite oficial foi feito hoje após Bolsonaro e Regina anunciarem que ela deixaria a pasta para assumir a Cinemateca em São Paulo.
Em entrevista ao canal CNN Brasil, no início de maio, o ator se ofereceu para assumir o cargo de Regina. Nos últimos dias Bolsonaro sinalizou uma aproximação com Frias ao publicar o vídeo com a entrevista no Twitter. Ontem o ator esteve em um almoço do presidente com dirigentes de clubes de futebol.
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