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Centenas de pessoas se reuniram neste domingo (26) para acompanhar o funeral do corpo do brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos, morto pelo grupo terrorista Hamas após os ataques de 7 de outubro de 2023. O sepultamento ocorreu na cidade israelense de Ashkelon, próximo à Faixa de Gaza.
O corpo do brasileiro, que também era cidadão israelense, foi recuperado na última sexta-feira (24) em Jabalia, no norte de Gaza. O resgate foi feito pelo exército de Israel em conjunto com o serviço de inteligência de Tel Aviv.
Nisenbaum foi raptado na área de Mefalsim, no dia do ataque surpresa do Hamas. Ele estava dirigindo até a base da Divisão de Gaza das FDI, perto de Re'im, para buscar sua neta, que estava com o pai no serviço, mas foi surpreendido por terroristas no caminho e nunca mais fez contato com sua família. Desde então, ele era considerado um refém.
Em entrevista ao jornal The Times of Israel, uma das filhas de Michel Nisenbaum, Chen, disse que quando os terroristas atenderam o telefone do pai, ela soube que suas vidas jamais seriam as mesmas.
“Nós faremos todo o possível para que todos conheçam a sua história. Sinto muito que nós não pudemos trazê-lo de volta. As gerações futuras saberão o quão heroico o meu pai foi, ele não teve medo dos terroristas e salvou pessoas. Obrigado por tudo. Eu te amo e sentirei muito sua falta. Mas sei que você está em casa agora”, disse Chen.
Quem era o brasileiro morto pelo Hamas
Apesar da formação na área da computação, o último trabalho de Nisenbaum foi como guia turístico no país. Ele atuou também como motorista, entregador, vendedor e prestador de serviços na área de formação, a informática.
Em entrevistas do ano passado à imprensa brasileira, a família de Nisenbaum contou que ele era um avô presente, muito ligado aos netos.
Uma das filhas do brasileiro, Hen Mahlouf, disse estar de “coração partido” desde que recebeu a notícias da morte do pai. "Quem diria que essa seria nossa história, que esse seria seu fim. Nosso papi, meu coração está partido", publicou em suas redes sociais.
O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas afirmou que o brasileiro era “um homem de muitos talentos" e, além de sua atuação profissional, também foi voluntário da Magen David Adom, serviço nacional de emergência médica e desastres de Israel, onde atuou como motorista de ambulância, e da Polícia de Fronteira.
Pelas redes sociais, Lula lamentou a morte de Michel Nisenbaum
Pelas redes sociais, o presidente Lula (PT) lamentou a morte de Michel Nisenbaum, brasileiro de 59 anos que era mantido refém por terroristas do Hamas, em Gaza. O corpo do brasileiro foi recuperado pelo Exército israelense na noite desta quinta-feira (23). Natural de Niterói (RJ), Michel residia em Israel desde 1988.
“Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina”, disse o presidente em uma publicação da rede social X, nesta sexta-feira (24).
Federação Israelita de São Paulo critica atuação do governo brasileiro no caso
A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) criticou a atuação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação à morte de Michel Nisenbaum, brasileiro assassinado pelos terroristas do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023.
“Quando um grupo de palestinos de Gaza com passaporte brasileiro chegaram ao Brasil, o presidente Lula afirmou que nenhum brasileiro ficaria para trás, mas, na cabeça dele, ele só estava se referindo aos palestinos”, afirmou o presidente da Federação, Marcos Knobel, para quem o governo brasileiro poderia ter feito mais em relação a Michel Nisenbaum.
"Lula não foi ouvido pelos seus amigos terroristas", disse Bolsonaro
Outro que criticou a atuação do governo brasileiro no caso foi o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “O Hamas executou o refém brasileiro e Lula, mais uma vez, não foi ouvido (se é que ele se empenhou) pelos seus amigos terroristas”, disse Bolsonaro ao compartilhar uma declaração de Lula sobre o conflito no Oriente Médio.
No sábado, o petista afirmou que Israel “continua matando mulheres e crianças” na Palestina. “Também quero pedir para vocês uma solidariedade às mulheres e crianças que estão morrendo na Palestina por conta da irresponsabilidade do governo de Israel, que continua matando mulheres e crianças. E a gente não pode se calar diante das aberrações. A gente não pode deixar de ser solidário. Porque amanhã a gente vai precisar de solidariedade”, disse Lula em Guarulhos (SP).
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