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O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse nesta terça (11) que o partido não rachou ao não conseguir fechar questão sobre a votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, na semana passada. A legenda, que deveria votar contra o projeto seguindo orientação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teve 20 votos a favor dos 99 deputados que compõem a bancada.
Naquele dia, o partido se reuniu pela manhã para definir que rumo tomaria na votação, e convidou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para participar e dar uma “contribuição” à discussão. No entanto, o encontro virou um bate-boca entre o político e deputados e levou a uma intervenção de Bolsonaro, que disse que “falta experiência política” ao aliado.
Costa Neto diz que convidou Tarcísio para “prestigiar a bancada”, mas alguns deputados entenderam o contrário, de que ele queria convencê-los a votarem a favor da reforma. “Cometi um erro”, disse em entrevista à GloboNews.
“Ele foi lá para explicar o que tivesse que explicar da reforma, porque o Tarcísio é muito aplicado, sabia ponto e vírgula da reforma”, disse o presidente do PL.
O bate-boca entre o governador e a bancada levantou suspeitas de que o partido teria rachado entre uma parte oposicionista e outra que apoiaria o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A possibilidade ficou apenas na suspeita, e Costa Neto confirmou que o “PL é de oposição”.
Costa Neto também afirmou que Bolsonaro não fez a intervenção “por mau” ao dizer que Freitas não tem experiência política, mas que este é o “estilo dele, que é diferente de todo mundo” de se expressar. “O Bolsonaro adora o Tarcísio”, completou.
Dias depois, Bolsonaro e Tarcísio se encontraram novamente na sede do partido, em Brasília, e saíram rindo do local. O presidente do PL também confirmou que o partido é de direita e conservador, e que projetos que sejam contra os valores morais terão votação contra.