Testes moleculares do tipo RT-PCR, para detectar o novo coronavírus, são considerados os mais eficientes pela OMS.| Foto: Geraldo Bubniak/AEN
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Passados três meses do primeiro caso confirmado do novo coronavírus no Brasil, o Ministério da Saúde não conseguiu realizar nem 1 milhão de testes moleculares, considerado o padrão-ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para detecção da doença. O total de exames moleculares, conhecidos por RT-PCR, realizados até o meio-dia desta terça-feira (26) era de 871.839 em todo o país.

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Segundo a pasta, 13.918.259 de testes moleculares foram comprados. Destes, 4,7 milhões foram entregues ao ministério, que distribuiu 3,1 milhões aos laboratórios. Porém, os laboratórios públicos só conseguiram processar 460.102 exames. Os dados foram atualizados por Eduardo Macário, secretário substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em coletiva nesta terça.

Para Macário, o atraso em si na entrega dos testes moleculares comprados está “dentro da programação” e toda a semana o país recebe quantidades adicionais. “Todo o mundo está tentando adquirir esses testes. Então, a capacidade de produção dos laboratórios não é imediata, a gente não compra 14 milhões desse nível na esquina. Temos que programar uma aquisição, o laboratório produtor tem que iniciar a produção desses kits. A maioria deles são importados, além do processo de produção tem a vinda para o Brasil. Estamos passando por um problema de transporte aéreo internacional e isso acaba atrasando um pouco do tempo. Mas todos os cronogramas de entrega estão sendo cumpridos de forma adequada. Tanto que tem 3 milhões de kits disponibilizados para os laboratórios estaduais processarem suas amostras”, afirmou.

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Os cinco maiores laboratórios privados do país fizeram 411.737 testes moleculares. O número de exames RT-PCR positivos chegam a 235.892. Segundo o balanço do MS, 118.594 comprovados no sistema público e 117.298 no privado. A meta do governo é de ter 46,2 milhões de testes e realizar os exames em 22% da população.

Testes rápidos

Entre os testes rápidos, 6.660.920 foram distribuídos aos estados, de acordo com o MS. Os testes rápidos são uma forma complementar de testagem — o próprio secretário disse considerar os testes moleculares o "padrão ouro" para detecção de casos novos.

Os exames rápidos estão sendo usados de forma complementar para realização de inquéritos sorológicos, e em profissionais de saúde, segurança e outros grupos.

“A evolução de exames é nítida no Brasil, começamos em março com 8.725 exames; em maio estamos com 46.116 realizados por semana. Tem semanas que os laboratórios realizaram 50 mil exames, essa média tem sido mantida, ou seja nós já temos uma resposta adequada laboratorial brasileira”, afirmou Macário. A taxa de testagem atual é de 4.252 exames por 1 milhão de habitantes.

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“Nós estamos testando não numa quantidade ideal, não aquela necessária para o tamanho, a magnitude e a dinâmica populacional do Brasil. Mas muito melhor que nos meses anteriores, mostrando todo o trabalho que vem sendo realizado tanto pelo poder público, pelo Ministério da Saúde, pelo SUS, como pelos setores privados que estarão integrados nesta estratégia”, disse o secretário.

Macário ressaltou que não considera como melhor estratégia a “imunidade de rebanho”, já que não existe uma vacina para a Covid-19. O ideal é evitar a contaminação.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]