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O Brasil ultrapassou o número de 200 mil pessoas mortas pela Covid-19 nesta quinta-feira (7). Em meio ao aumento de casos, o país tem o segundo maior número de mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.
De acordo com o painel interativo da Covid-19, até o momento 200.498 brasileiros perderam a vida em função do novo coronavírus. Ao todo, são 7.961.673 casos da doença. Nas últimas 24 horas, foram registrado mais 1.524 óbitos e 87.843 casos novos.
Os Estados Unidos têm atualmente mais de 21,3 milhões de casos, já a Índia registrou mais de 10,3 milhões. Na quarta-feira (6), o Brasil registrou a média móvel de 696,71 óbitos por dia, em relação aos últimos 14 dias, de acordo com o Ministério da Saúde.
A pasta se manifestou por meio de nota. "Nesta quinta-feira, 7 de janeiro, infelizmente o Brasil chegou ao triste número de 200 mil vidas perdidas - brasileiras e brasileiros que tiveram os sonhos e projetos interrompidos pelo coronavírus. Em nome do Presidente da República, Jair Bolsonaro, do Ministério da Saúde e de todo o Governo Federal, queremos nos solidarizar com cada família que perdeu entes queridos", diz o texto.
O ministério reafirma que está "trabalhando incansavelmente (...) para garantir vacinas seguras e eficazes à população". "Com a união de todos os setores, como empresas aéreas, forças armadas, empresas do setor privado, público, e de todo o Governo Federal, bem como de voluntários que se colocam todos os dias disponíveis para continuar a salvar mais vidas, o Ministério da Saúde prepara o lançamento da maior campanha de vacinação para combate ao coronavírus, a fim de evitar a perda de mais vidas".
Avanço da Covid-19 no Brasil
O primeiro caso do novo coranavírus no Brasil foi registrado em 26 de fevereiro, e a primeira morte ocorreu menos de um mês depois, em 12 de março de 2020. Começava, então, uma corrida contra o tempo para entender a Covid-19 e o desenvolvimento da doença. Além do desafio logístico para realizar a compra de testes, insumos e equipamentos necessários para os hospitais.
Luiz Henrique Mandetta, primeiro ministro da Saúde da gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), deu início às medidas de combate à pandemia. Em março, governadores e prefeitos adotaram medidas restritivas para tentar diminuir a velocidade de contaminação e evitar um colapso do sistema de saúde. Distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel, limpeza constante das mãos ainda são as formas mais seguras para tentar diminuir a chance de contágio.
No fim do mesmo mês, Bolsonaro fez um pronunciamento em que criticou as autoridades estaduais pela quarentena e pelo fechamento do comércio e fronteiras. O presidente disse que o país deveria retornar a normalidade, criticou a imprensa e classificou a Covid-19 como sendo uma “gripezinha”.
"O vírus chegou, está sendo enfrentado por nós e brevemente passará. Nossa vida tem que continuar, empregos devem ser mantidos, o sustento das famílias deve ser preservado, devemos, sim, voltar a normalidade", afirmou Bolsonaro no dia 25 de março, quando o Brasil tinha 2.433 infectados e 57 mortes por Covid-19.
Trocas no comando do Ministério da Saúde
Em quase onze meses de enfrentamento a Covid-19, o Ministério da Saúde trocou de comando três vezes. A abordagem do presidente não era a mesma adotada pelo Ministério da Saúde. Em inúmeras ocasiões ele se mostrou contrário às determinações feitas pelo ministério. Após um mês de conflitos e sem conseguir do Planalto a unidade de discurso necessária para orientar a população, Mandetta deixou o cargo.
O médico Nelson Teich assumiu a pasta em 17 de abril. Assim como Mandetta, Teich discordava de Bolsonaro sobre o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para tratamento precoce da doença, como a cloroquina. A promessa de testagem em massa da população não se concretizou. Teich pediu demissão após 29 dias no cargo. O general Eduardo Pazuello, alinhado com Bolsonaro, assumiu a pasta.
País ultrapassou 100 mil mortes em agosto
Em agosto, o Brasil atingiu a marca de 100.477 óbitos e mais de 3 milhões de casos de Covid-19. Com a rápida disseminação da doença, dois meses depois o país ultrapassou as 150 mil mortes.
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse em entrevista ter comunicado a Bolsonaro que caso o governo não tomasse medidas necessárias para o enfrentamento da pandemia, o pior cenário estimado teria 180 mil mortes, número ultrapassado no dia 11 de dezembro.
Vacinação contra a Covid-19 pode começar em janeiro
Pazuello afirmou na quarta-feira que a vacinação contra a Covid-19 deve iniciar em janeiro. O ministro da Saúde afirmou em pronunciamento que o país tem 60 milhões de seringas e agulhas, número considerado por ele suficiente para iniciar a vacinação em janeiro.
Na corrida pela vacina, o governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram nesta quinta-feira (7), que a vacina coronavac teve eficácia de 78% contra o novo coronavírus nos testes realizados no Brasil. A Coronavac foi desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e está sendo produzida no Brasil pelo Butantan, instituto ligado ao governo paulista.
Leia a íntegra da nota do Ministério da Saúde sobre o marco de 200 mil mortes da Covid-19
Nesta quinta-feira, 7 de janeiro, infelizmente o Brasil chegou ao triste número de 200 mil vidas perdidas - brasileiras e brasileiros que tiveram os sonhos e projetos interrompidos pelo coronavírus. Em nome do Presidente da República, Jair Bolsonaro, do Ministério da Saúde e de todo o Governo Federal, queremos nos solidarizar com cada família que perdeu entes queridos.
Para nós, servidores do Ministério da Saúde, não é um momento só de pesar. É também momento de reflexão e de unir forças, para que todos os dias possamos trabalhar empenhados na solução dessa pandemia.
O Ministério da Saúde está trabalhando incansavelmente, acompanhando pesquisas científicas e reforçando diálogos entre o Brasil e outros países para garantir vacinas seguras e eficazes à população.
É importante ressaltar que é a força de cada um dos profissionais de saúde - como médicos, enfermeiros, cuidadores, técnicos e demais profissionais - que fazem o Sistema Único de Saúde (SUS) funcionar. Pelo empenho desses profissionais e pelo sacerdócio a que se submetem diariamente no trabalho de salvar vidas, o Ministério da Saúde faz aqui o seu mais elevado agradecimento e reconhecimento, pois foram eles que já salvaram mais de 7 milhões de vidas no Brasil, hoje recuperadas e de volta aos seus lares e às rotinas de trabalho.
Com a união de todos os setores, como empresas aéreas, forças armadas, empresas do setor privado, público, e de todo o Governo Federal, bem como de voluntários que se colocam todos os dias disponíveis para continuar a salvar mais vidas, o Ministério da Saúde prepara o lançamento da maior campanha de vacinação para combate ao coronavírus, a fim de evitar a perda de mais vidas.