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Hospital de Campanha construído no Riocentro, em foto do dia 29 de abril, antes da inauguração. O local tem 100 leitos.| Foto: AFP / Carl de Souza

O colapso nos sistemas de saúde em alguns dos estados do Norte e do Nordeste com o novo coronavírus coincide com a baixa oferta de médicos, enfermeiros, leitos de UTI e respiradores, problemas que existiam antes mesmo da pandemia. Estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (DataSUS) mostra que os estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará e Maranhão apresentavam no ano passado os menores índices de distribuição de médicos para cada 100 mil habitantes entre todos os estados do país.

Recursos necessários para o combate da Covid-19, como leitos e ventiladores mecânicos, também eram baixos em diversos estados daquelas regiões.

Com quase 10 mil casos confirmados da Covid-19 e 751 mortes registradas desde o início da pandemia, o Amazonas tinha em dezembro 111 médicos para cada 100 mil habitantes. Como comparação, o Distrito Federal – que apresenta os melhores índices – possuía mais que o triplo: 338 médicos para cada 100 mil habitantes.

A falta de profissionais também já era vista no quadro de enfermeiros. O Amazonas tinha no ano passado 102 enfermeiros para cada 100 mil habitantes, ante 198 no Distrito Federal.

Segundo o IBGE, em dezembro do ano passado o Piauí apresentava a menor oferta de leitos de UTI entre todos os estados: apenas 7,1 para cada 100 mil habitantes. Amazonas (7,0), Acre (5,4), Amapá (5,4) e Roraima (4,1) vinham na sequência.

A pouca oferta de respiradores é outro aspecto que fica evidente. Os estados que apresentaram os menores índices de distribuição dos aparelhos para cada 100 mil habitantes foram o Acre (16,3), Alagoas (15,2), Maranhão (13,9), Piauí (13 7) e Amapá (10,4). Novamente, o Distrito Federal era o mais bem servido, com 63 aparelhos disponíveis para cada 100 mil.

O levantamento do IBGE também aponta para regiões do interior dos Estados com maiores dificuldades de acesso a profissionais de saúde, leitos e equipamentos - e, no geral, mais uma vez a situação já era crítica no norte e nordeste.

Santarém, cidade do interior do Pará com população estimada em 786 mil habitantes, apresentava índice de apenas 58 médicos a cada 100 mil habitantes; Irecê, na Bahia, (com população de 512 mil e índice de 60) e Garanhuns, em Pernambuco, (568 mil e índice de 64) vinham na sequência.

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