Os depoimentos agendados pela CPI da Covid do Senado para a próxima semana serão os últimos a serem realizados pela comissão. O anúncio foi feito pelo presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), durante a reunião desta quinta-feira (30), e reforçado pelo vice Randolfe Rodrigues (Rede-AP) após o término do encontro. Segundo os senadores, após a realização dos depoimentos, os parlamentares vão se dedicar à produção do relatório final da comissão. A expectativa é fazer a leitura do texto no dia 19 e, no dia 20, a votação para aprovação ou rejeição do documento.
A série final de depoimentos da CPI terá, na terça-feira (5), Raimundo Nonato Brasil, dirigente da empresa VTC Log. A companhia presta serviços de logística para o Ministério da Saúde e, segundo senadores que fazem oposição ao governo de Jair Bolsonaro, teria sido beneficiada em esquemas de corrupção.
Na quarta-feira (6), o colegiado receberá o presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Rabello. E a última oitiva da comissão, o da quinta-feira (7), ainda não tem o depoente definido, mas a temática será o caso Prevent Senior. Os senadores estudam convidar um dos médicos que deixou a empresa e passou a acusá-la ou um representante dos familiares dos pacientes que teriam sido afetados pela conduta da companhia.
Segundo Randolfe, a comissão já tem elementos suficientes para concluir sua investigação acerca dos casos Prevent Senior e Precisa Medicamentos — a empresa que se apresentou como intermediária em uma negociação de vacinas com o Ministério da Saúde e, de acordo com os membros da CPI, teria atuado de forma irregular. As "pontas soltas" na apuração, segundo o parlamentar, estão nos episódios envolvendo a VTC Log, a ANS e mais representantes das vítimas da Prevent Senior. No caso da agência governamental, o objetivo da comissão é apurar se houve omissão diante de acusações que já existiam em torno da Prevent Senior.
Randolfe lamentou o fato de a comissão não conseguir, até o término de seus trabalhos, promover um novo depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que esteve por duas vezes no colegiado. "Seria ideal terminarmos ouvindo o Queiroga, mas ele está cumprindo quarentena, que não sabemos quanto tempo terá", afirmou. O ministro contraiu o coronavírus durante viagem oficial a Nova York e precisa cumprir medidas de isolamento.
Além de Queiroga, a relação de personalidades que tiveram a sua convocação aprovada pela comissão, mas não chegarão efetivamente a prestar depoimento à CPI inclui nomes como o ministro da Economia, Paulo Guedes, cuja presença havia sido demandada após a menção de que o núcleo econômico do governo teria também influência no suposto "gabinete paralelo" contra a pandemia; a advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Bolsonaro, que é acusada de ter proximidade com lobistas que negociavam com o Ministério da Saúde; e o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, que chegou a ter a data de seu depoimento agendada.
No geral, ter a convocação aprovada pela CPI não significou certeza de presença na comissão. Levantamento feito pela Gazeta do Povo detectou que dois terços das pessoas que tiveram o nome mencionado em uma convocação não foram, efetivamente, ao colegiado.
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